segunda-feira, 31 de outubro de 2011

332 Dia - Anaco - El Trigre - 14/10/11 - Sexta-feira

     Acordamos às 10h e começamos a preparar tudo para saírmos de Anaco e irmos até El Tigre. Logo que saímos do hotel, pudemos perceber os efeitos do temporal da madrugada: as ruas estavam alagadas e os esgotos transbordando. Apesar da sujeira, a saída da cidade foi bem tranquila. É gostoso pedalar nestas cidadezinhas pequenas que têm pouco trânsito e muita gente simpática nos incentivando.
     Ao entrarmos na estrada, uma leve chuva nos acompanhou. Aproximadamente 30Km após a saída, a estrada virou mão dupla e com acostamento de terra solta. Resumindo, o restante da viagem foi um alto nível de estresse por ter que ficar controlando os carros que passavam colados em nós e ficavam buzinando em nosso ouvidos. Depois da estrada entre Rosário e Villa Maria, na Argentina, esta foi a pior que encontramos na viagem. Não recomendamos aos cicloturistas se arriscarem por este perigoso trecho.
     Chegamos em El Tigre no início da noite. A cidade nos pareceu um pouco desorganizada, mas já possuía mais estrutura que as últimas pelas quais passamos. Como estava escurecendo, passamos em poucos hoteis e já nos instalamos em um simples e limpo.
     Assim que nos arrumamos para sair, fomos à caça de restaurante. Caminhamos pela avenida principal da cidade por cinco quadras e acabamos, mais uma vez, num restaurante chinês. Ao entrarmos no restaurante, fomos bem atendidos e, só para variar, comemos demais.
     Na volta ao hotel, ainda passamos em uma bodega para pegarmos leite e água para amanhã, pois teremos um dia de folga antes da jornada até Ciudad Bolívar. Estamos entusiasmados com a possibilidade de fazermos a trilha até Salto Angel - maior queda d`água do mundo (que sai de Ciudad Bolívar) mas temos que descansar, pois o retorno às pedaladas está sendo bem difícil e lesivo (sim, muita dor na bunda!). Boa noite.
Gastos
- Hotel: R$40,00   - Janta: R$20,00   - Lanche: R$6,88    - Compras: R$2,66
Estatísticas
- Distância: 72,65Km   - Tempo: 4h38min08"   - Média: 15,5Km/h
Condições da estrada
- Ridiculamente ruins.

domingo, 30 de outubro de 2011

331 Dia - Puerto La Cruz - Anaco - 13/10/11 - Quinta-feira

     Mais um dia em que acordamos cedo, conforme o combinado. Diferentemente dos últimos dias, assim que levantamos fomos desayunar e já começamos a nos arrumar, pois já tinha virado questão de honra conseguirmos deixar Puerto La Cruz para trás. Mesmo assim, somente iniciamos as pedaladas às 10h30min.
     Saímos do hotel e fomos direto ao supermercado, pois estávamos quase sem água. Após as compras, finalmente entramos na estrada. Como pegamos uma subida chatinha no dia em que chegamos na cidade, optamos por um caminho pela zona urbana. Acabamos descobrindo belas regiões, confirmamos que os venezoelanos são malucos no trânsito (mais barbeiros que os peruanos) e, para a nossa sorte, pegamos puro plano o tempo todo.
     Chegando na estrada para Ciudad Bolívar, um acostamento largo e com bom asfalto nos surpreendeu. Além disso, o céu com várias nuvens nos brindava diversos momentos de sombras extremamente refrescantes. O que realmente nos deixou felizes foi ver que a estrada passa por uma "brecha" no meio de uma cadeia de montanhas! Claro que tivemos vários momentos de sobe e desce, mas nada comparado com os morros ao nosso redor.
     Depois de pedalar 35Km, fizemos uma parada numa sombra de uma árvore para comermos alguns sanduíches. Ficamos uns 20min descansando e constatando os efeitos do destreino. Quando voltamos a pedalar, a Cris percebeu que o pneu dianteiro da sua bike estava completamente murcho. Desta maneira, retornamos para a sombra e fomos ver o que tinha acontecido. Após trocar a câmara, concluímos que o remendo da câmara antiga havia soltado.
     Voltando ao pedal, continuamos suando a camiseta até vermos uma placa que indicava 12Km até San Mateu e 47Km até Anaco. Ficamos muito contentes por já estarmos chegando. Após mais um tempinho pedalando, vimos a entrada de San Mateu e já começamos a perguntar sobre pousadas. Para o nosso desepero, todos disseram que não tinha nada disso no povoado e que teríamos que ir até Anaco. Cansados fisica e psicologicamente, paramos num boteco para pegarmos um suco bem gelado para acompanhar os nossos sanduíches. Após conversar um pouco, chegamos à conclusão de que deveríamos desistir de San Mateu e ir para Anaco o quanto antes, pois já era 15h30min, aqui anoitece cedo (18h) e hoje, devido a um céu prometendo temporal, deverá ficar escuro ainda mais cedo.
     Sendo assim, voltamos para a estrada e dei uma ajudinha para a Cris, pois ela já estava bem cansada. Um pouco após, começou uma chuvinha e vimos diversos raios no horizonte. Para a nossa sorte, o temporal estava indo na mesma direção que nós, porém, estava se deslocando um pouco mais rápido e foi se afastando lentamente. Depois de 1h40min de tensão, chegamos na cidade antes do anoitecer.
     Quando chegamos nas cidades começa a parte mais chata, e as vezes bem difícil, do dia: a procura por onde ficar! Depois de passarmos por um hotel lotado e um fora do nosso orçamento (nem chegamos de ter o trabalho de entrar e perguntar o preço), chegamos ao hotel Muniz (operadoracantabrito@hotmail.com) e nos instalamos. Tomamos um belo banho, alongamos (estávamos realmente exaustos) e nos arrumamos para irmos comer algo.
     Demos uma boa pernada pela cidade até encontrarmos algum restaurante que nos atraísse. Comemos dois pratos de massa deliciosos. Fazia tempo que não comíamos uma comida tão saborosa. Ao saírmos do restaurante, ainda passamos numa "arepera socialista" (lancheria que prepara arepas dos mais diversos sabores por preços bem populares) para provarmos um pouco da culinária local. Pegamos uma de pernil com queijo e uma de frango com queijo e nos espantamos com a quantidade de recheio delas. Antes de voltarmos ao hotel, ainda passamos numa padaria para garantir o desayuno de amanhã.
     Agora escrevo este relato enquanto a Cris alonga um pouco. Assim que acabar, vou passar o caderninho para ela dar uma lida no relato e vou degustar uma arepa e, posteriormente, um sorvetinho. Capotaremos em seguida, pois amanhã teremos 70Km até El Tigre e estamos demolidos pelos mais de 100Km pedalados hoje.
Gastos
- Hotel: R$40,00   - Arepas: R$3,33    - Janta: R$26,66   - Compras: R$12,22   - Bebidas: R$7,11
Estatísticas
- Distância: 102,6Km    - Tempo: 5h56min08"    - Média: 17,2Km/h
Condições da estrada
- Muito boas até San Mateu e medianas entre San Mateu e Anaco.

sábado, 29 de outubro de 2011

330° Dia – Puerto La Cruz – 12/10/11 – Quarta-feira

    Pode parecer piada, mas ficamos de novo! Tá difícl sair de Puerto La Cruz!
   Bom, o resto da história vocês já conhecem, mas amanhã é questão de honra reiniciarmos as pedaladas!
Gasos
- Hotel: R$37,77   - Almoço: R$20,11   - Janta: R$8,88   - Internet: R$1,33   - Compras: R$8,88

329° Dia – Puerto La Cruz – 11/10/11 – Terça-feira

     Acordamos cedo e bem cansados, pois não conseguimos dormir cedo ontem. Sendo assim, desayunamos e demos mais uma recostadinha. O problema foi que esta recostadinha durou mais do que pretendíamos e acabou ficando tarde para saírmos. Até ficamos na dúvida em ir até San Mateu somente, mas preferimos não arriscar e deixamos para amanhã cedo (em último caso, pedalaremos até a cidade de Anaco, a próxima cidade com mais infra).
     O resto do dia foi como sempre: internet, caderninho, comia e descanso. Sendo a única coisa diferente que fizemos foi ter ligado para a Selé (vó da Cris), para darmos os parabéns adiantados pelo aniversário que será dia 13. Amanhã sim sairemos!
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Almoço: R$9,77   - Janta: R$17,77   - Internet: R$3,33   - Ligação: R$2,46

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

328° Dia – Puerto La Cruz – 10/10/11 – Segunda-feira

     Hoje iríamos iniciar as pedaladas até Ciudad Bolívar, mas o sono nos venceu e acabamos acordando só às 9h. Como não sabemos quantos quilômetros teremos que pedalar até encontrarmos alguma cidade com estrutura (pois as que pesquisamos são pequenos povoadinhos e não oferecem muita informação através de sites), decidimos não arriscar. Sendo assim, optamos por ficarmos mais um dia em Puerto La Cruz.
     Aproveitamos o dia para atualizarmos os blogs, que continuam atrasados (pois estamos sem o netbook e tendo que transcrever tudo que colocamos no caderninho em lan house), e descansarmos. Saímos do hotel somente para almoçar no mesmo restaurante chinês que provamos no nosso retorno à Puerto La Cruz e para irmos em uma lan house. No fim do dia, estávamos cansados de tanto descansar, mas nos obrigamos a deitar cedo para tentarmos madrugar amanhã.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Compras: R$22,66   - Almoço: R$13,11   - Internet: R$4,00

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

327° Dia – Puerto La Cruz – 09/10/11 – Domingo

     Só despertamos às 11h e ainda um pouco cansados da maratona de praia. Porém, como ainda temos mais uma para conhecer, começamos a nos arrumar. Saímos do hotel ao meio-dia em direção ao muelle para irmos até a praia de El Faro. Estranhamos um pouco a grande quantidade de pessoas no barco, mas aí lembramos que era domingo e que só há barco para El Faro nos finais de semana.
     Foram uns 20min até avistarmos um farol e deduzirmos que a praia deveria ser do outro lado do morro. Aos poucos, começamos a ver inúmeras lanchas "estacionadas" na pequena e bem fechada enseada. Assim que o nosso barco atracou no pier, ficamos em dúvida se o nome da praia vinha do farol ou se era da faro-fada existente. Tinha uma multidão, tanto na areia quanto na água (lembramos das imagens do Piscinão de Ramos). Desembarcamos e fomos procurar um cantinho para montarmos o eclipse (ainda bem que levamos, pois hoje não teria como pegar uma sombrinha qualquer, havia gente até debaixo de árvores que eram só espinhos).
     Com tudo pronto, fomos aproveitar aquele marzão. Deivido à multidão e às embarcações, a água estava um pouco mais turva mas mesmo assim, tivemos um dia de muito sol, água, areia e snorkel. Na hora marcada, subimos na nossa embarcação de regresso e, definitivamente, nos despedimos do mar caribeño.
     Ao chegarmos em Puerto La Cruz, fomos direto ligar para dar os parabéns para a mãe, pois está de aniversário hoje. Em seguida, voltamos ao hotel para tomarmos um bom banho e nos arrumarmos para saírmos mais uma vez. Jantamos, passamos na lan house e compramos algumas coisinhas para comermos amanhã durante a pedalada. Depois de tudo isso, fizemos um pit-stop no sorvetinho da Marco Polo (grande rede de sorveteria). A Cris adorou, mas não achei tudo isso.
     Cansados, voltamos ao hotel para darmos uma arrumada em tudo para retornarmos às pedaladas amanhã. Agora, estamos vendo TV enquanto esperamos o sono aparecer.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Passeio: R$16,22   - Janta: R$19,33   - Compras: R$9,33   - Ligação: R$2,11   - Internet: R$4,00 - Sorvete: R$5,55

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Informes de última hora

Queridos amigos,

Desculpem a interrupção na leitura dos relatos, mas esta notícia não pode ficar para um próximo momento. Por incrível que pareça, depois de 11 meses viajando pela América do Sul, em bicicleta, tivemos uma delas  furtadas! Pois é, deixamos as bikes amarradas, com cabo de aço e cadeado, no pátio do hostel e, mesmo assim, um brasileiro foi capaz de entrar, abrir a presilha do cabo (sim, ele se prestou a levar alicate!) e roubar a minha (Cris) bike.
O pior de tudo isso, é tentar falar com um policial na rua e ser ignorado (Moacir), além de ir na delegacia e não conseguir que ele fizessem sequer uma ronda pelo bairro, NADA! A sugestão da delegada foi de abrir um inquérito contra a dona do hostel para ela ressarcir o valor da bike. Está certo, vamos sacanear a única pessoa que se mexeu para tentar encontrar os culpados, pois é culpa dela não ter segurança no hostel, e não da polícia por ter bandido na rua! Essa é a justiça do nosso país!
O Brasil é mesmo uma vergonha...

326° Dia - Mochima - Puerto La Cruz - 08/10/11 - Sábado

     Acordamos cedinho para aproveitarmos o nosso último dia no Parque Mochima. Tomamos café e já saímos em busca do nosso barqueiro. Esperamos uns 10min até ele chegar (enquanto isso, ficamos vendo alguns pelicanos desayunarem) e mais uns 15min até chegarmos ao nosso destino: a praia Cautaro.
    Assim que atracamos na areia, vimos que só havia mais um casal na praia. Com a praia quase exclusiva, fomos nos instalar numa sombra e cair na água. Passamos a manhã inteira aproveitando aquele mar azul celeste. No final da manhã, fomos fotografar a praia para termos recuerdos da beleza natural venezuelana.
     Em torno das 13h, o barqueiro voltou para nos buscar e nos levou até Mochima. Como pratendíamos chegar antes do anoitecer em Puerto La Cruz, só passamos na posada para tomarmos banho e pegarmos as bagagens e já partimos. Caminhamos até a praça principal e perguntamos para um rapaz se ele sabia onde passava o ônibus que iria até a estrada (onde pegaremos outro carro até o terminal de Santa Fé, de onde saem os ônibus até Puerto La Cruz). Felizmente, ele nos informou que era motorista de um carro (na verdade, uma caminhonete com a parte detrás adaptada com bancos) que fazia o translado até a estrada.
     A viagem foi meio caótica, pois os carros sacudiam muito, um deles estragou e o ônibus para Puerto La Cruz era, na verdade, uma van mega apertada. Entretanto, a volta acabou sendo mais rápida e econômica do que a ida. Antes das 16h, já estávamos instalados no hotel em Puerto La Cruz.
     Logo que chegamos, fomos buscar as bikes e os equipamentos na bodega do hotel Netuno. O pessoal nos entregou tudocertinho e agradecemos muito a ajuda. Depois dos problemas em Chichiriviche, é muito bom saber que existem pessoas confiáveis. Levamos tudo para o nosso quarto e saímos para comer. Acabamos provando um outro restaurante chinês, delicioso. Cansados e com a barriga cheia, voltamos ao hotel. Acabamos passando o resto do dia no quarto e, para variar, não conseguimos dormir cedo.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Ônibus: R$7,55   - Almoço: R$30,66   - Supermercado: R$36,88

terça-feira, 25 de outubro de 2011

325° Dia – Mochima – 07/10/11 – Sexta-feira

     Despertamos às 9h e iniciamos os preparativos para conhecermos mais uma prainha paradisíaca. Depois de um bom desayuno e de acharmos o nosso barqueiro, partimos rumo ao nosso destino de hoje: Manare!
     Como estávamos compartindo o barco com outro casal que estava fazendo um passeio para conhecer 5 praias, “ganhamos” um vistazo de três novas enseadas antes de irmos à nossa. Todas eram bem semelhantes, sendo que variava apenas o tamanho da faixa de areia e a quantidade de pedras no fundo e nos cantos da praia. Quando começamos a rumar para Manare, uma costa montanhosa surgiu à nossa frente. Ficamos encantados com o contraste do azul vibrante da água com o preto e cinza das rochas. Antes de chegarmos na areia, ainda passamos por umas duas capelas dos barqueiros (imagens de santas em cima das rochas) e algumas grutas. A última ficava a uns 500m da praia e só tinha como entrar por baixo d’água. Após conhecê-la (como já estava na água mesmo), falei para a Cris ir para a praia de barco enquanto eu faria snorkel até a areia.
     Ela chegou na praia e montou acampamento na sombra de um coqueiro. Enquanto isso, foram uns 45min de snorkel com bastante vida marinha (vi dois daqueles peixes que inflam quando se sentam ameaçados) numa água cristalina. Depois de chegar na praia, ficamos a tarde toda revezando entre areia, água, sol e snorkel. Atualmente achamos normal estarmos num lugar assim, mas, com certeza, sentiremos saudades.
     O tempo passou voando e, quando nos demos conta, já era 17h e o nosso barquinho se aproximava. Lamentamos ter que voltar, mas a fome já estava batendo depois de um dia inteiro só com lanchinhos.
     Assim que atracamos no vilarejo, voltamos para a pousada, nos arrumamos e já saímos para comer. Jantamos no restaurante do dono da pousada (ao lado do embarcadeiro) e fomos surpreendidos por um prato muito bem servido e delicioso. Satisfeitos, fomos comprar mantimentos para amanhã (nosso último dia neste paraíso) e passamos numa lan house para sabermos das novidades.
     Lá pelas 20h voltamos para o quarto para descansarmos, pois estávamos demolidos. Hoje foi mais um dia em que a água nos deu um belo cansaço. Agora estamos revezando a escrita de diversos relatos para tentarmos colocar em dia tudo que está mega atrasado. Em breve, vamos dormir, pois amanhã só teremos a parte da manhã para aproveitarmos a praia.
Gastos
- Posada: R$37,00   - Passeio: R$22,22   - Internet: R$0,66   - Compras: R$11,78    - Janta: R$26,88

sábado, 22 de outubro de 2011

324° Dia - Mochima - 06/10/11 - Quinta-feira‏

Mais um dia em que não conseguimos acordar cedo. O despertador tocou as 7h e ficamos enrolando na cama até as 9h30min. Conseguimos sair do quarto as 10h e fomos diretamente ao cais. Conversamos com um barqueiro, mas como ele não quis nos dar um bom desconto, voltamos a pousada para ver se o dono conhecia alguém. Felizmente, o pai do dono falou com um amigo que nos fez um precinho camarada e lá fomos nós.
O caMinho de barco foi lindo, passamos por enormes cadeias de montanhas verdejantes que formam esta região do Parque Mochima. Ficamos emocionados em ver tanta mata preservada, além de pelicanos e peixes por todos os lados. Em, aproximadamente 15min, chegamos a Playa Blanca. A praia é, na verdade, uma enseada de aproximadamente 1km, com águas transparentes, areia branquinha e muitas rochas (o que favorece a prática do snorkel).
Mal nos instalamos embaixo de uma árvore e o Moacir já foi correndo fazer snorkel. Enquanto eu esperava ele voltar, fiquei observando a beleza do local e meditando um pouco. Assim que ele chegou, fomos tomar banho de mar. A água não estava muito quente, mas ainda se mantinha agradável. Além disso, é impossível encontrar empecilhos para não ficar naquele mar paradisíaco.
O restante do dia ficamos nadando, tomando sol, fazendo snorkel e aproveitando aquele deleite visual. Nem a chuvinha que teve no início da tarde atrapalhou a diversão. Após a agradável tarde, voltamos a pousada acompanhados pelo deslumbrante por-do-sol nas montanhas.
Chegamos morrendo de fome (pois passamos o dia todo comendo lanchinhos), tomamos banho e já saímos para jantarmos. Caminhamos para o lado esquerdo do vilarejo e percebemos que esta cidade é, realmente, simpática. Parece que�todos se conhecem, as crianças tem liberdade de brincar na rua, transmitindo uma estranha sensação de ainda viver no meu tempo de infancia. Após uma boa caminhada, paramos no restaurante El Mochimero. O restaurante e a comida eram simples, mas fomos bem atendidos e comemos pratos bem saborosos.
Depois da cena, fomos comprar os mantimentos para o dia de amanhã. Conseguimos comprar quase tudo, só nos faltou os pães recheados na padaria (que vamos pegar amanhã de manhã), pois já havia acabado a remessa de hoje. Voltamos com as compras para o quarto e nos deitamos para descansar um pouco. Esta viagem está fadigando o corpo, mas deixando a mente completamente relaxada. Agora vamos ver um filminho para acabar a noite em grande estilo. Boa noite.
 Gastos
- Posada: R$37,00   - Passeio: R$22,22   - Janta: R$29,33   - Compras: R$9,55

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

323° Dia - Puerto La Cruz - Mochima - 05/10/11 - Quarta-feira‏

Hoje havíamos nos programado para acordar cedo para irmos conhecer a cidade de Cumaná (capital do Estado de Sucre). Entretanto, perdemos a hora por dormir demais e só conseguimos sair do hotel ao meio-dia. Pelo menos, conseguimos deixar as bikes e os equipamentos na bodega do hotel. Desta maneira, poderemos viajar mais tranquilos e ir com poucas bagagens.
Preferimos fazer este trajeto sem as bikes porque teremos que fazer um bate e volta em três dias para aí sim iniciarmos o retorno ao Brasil. Como o caminho é montanhoso, seria chegar pedalando em Cumaná, dar meia volta e regressar a Puerto La Cruz. Sendo assim, vamos de ônibus para termos tempo de conhecermos algumas ilhas da região (não sabemos se vamos a Isla Margarita, pois todos a quem perguntamos falaram mal dela).
Caminhamos seis quadras até o terminal rodoviário e, para a nossa sorte, o ônibus já estava saindo. Embarcamos e partimos rapidamente. A viagem foi tranquila, até demais, pois o motorista levou 2h para dirigir 90Km. Assim que descemos na rodoviária, fomos nos informar com um policial sobre os melhores lugares turísticos de Cumaná. Ele nos informou que a melhor praia ficava longe do centro e que o melhor era ir a praia Mochima (mais 45min de carro).
Depois de muito discutir sobre o que fazer, pegamos um táxi até a praia San Luis, a mais famosa da cidade. A praia foi uma enorme decepção, não tinha algum atrativo e ficava longe de tudo. Desta maneira, assumimos que havíamos perdido o dia mesmo e pegamos outro ônibus até a praia de Mochima. Durante o caminho, ficamos nos perguntando sobre onde seria esta cidade, visto que o Parque Mochima se estende desde o Estado de Anzoátegui até o Estado de Sucre.
Andamos o tempo todo entre montanhas, a paisagem se revelava abundante e suntuosa. Quando chegamos no topo de uma montanha, o motorista parou ônibus e começou a revisar os freios. Em seguida, ele parou mais uma vez para ir em uma mecânica e combinar com o mecânico o conserto dos freios para mais tarde. Todos se olharam um pouco assustados, mas ninguém fez menção de sair do carro, sendo assim, também ficamos. O motorista desceu toda a montanha em freio motor e, após meia hora de tensão, chegamos no simpático vilarejo de Mochima.
A cidade é pequena, simples, mas possui tudo o que um turista precisa para aproveitar as férias: pousadas, restaurantes, mercadinho, padaria, embarcadeiro e uma beleza natural fascinante. Descemos do ônibus na praça central do vilarejo e começamos a procurar hospedagem. Acabamos nos instalando em uma pousada de um venezuelano que namora uma curitibana e que, por camaradagem, nos deu um bom desconto.
Após nos acomodarmos no confortável quarto, fomos até o cais para nos informarmos sobre os preços dos passeios as ilhas. Vimos que os preços variam entre R$25 e R$50 (por lancha, ou seja, para os dois) e nos animamos com as fotos das praias. Enquanto líamos as informações, percebemos que o sol estava se pondo. Sendo assim, fomos até o final do muelle e ficamos sentados, com os pés na água, admirando aquele espetáculo. Ainda fomos presentiados com uma enorme estrela do mar bem a nossa frente a uns 5m de profundidade.
Quando começou a anoitecer, deixamos o cais e fomos em busca de um restaurante. Como só havia um aberto, acabamos comendo frango frito com arepa e salada. Surpreendentemente, a comida estava bem saborosa. O único problema, foi que viramos banquete para os "puri-puri", uma espécie minúscula de mosquitos que pica e deixa uma desagradável sensação de ardência.
Saímos nos coçando do restaurante e preferimos só passar na padaria e já voltarmos para o quarto, para fugirmos dos mosquitos. Não havíamos entendido porque a primeira atitude do dono da pousada ao mostrar o nosso quarto havia sido trocar o refil do matinset, agora entendemos. Como chegamos cedo ao quarto, nos banhamos e começamos a atualizar os relatos que ainda estão atrasados. Em breve, vamos dormir, pois amanhã pretendemos acordar cedo para aproveitarmos as ilhas ao máximo.

Gastos
- Posada: R$37,00   - Ônibus: R$16,44   - Táxi: R$6,66   - Compras: R$18,11   - Janta: R$17,77   - Guloseimas: R$1,33

322º Dia – Puerto La Cruz – 04/10/11 – Terça-feira

Mais um dia em que acordamos pensando em conhecer um pouco mais o Parque Mochima. Sendo assim, tomamos o nosso café da manhã e começamos a arrumar tudo para irmos à praia, pois não queremos chegar ao píer em cima da hora como ontem. Hoje levaremos um lanchinho (ovos cozidos e sanduíche) para garantir.
Saímos do hotel e fomos em direção ao muelle. Mesmo estando 20min antecipados, foi mais um dia em que chegamos com o barco zarpando. Assim que embarcamos já ligaram os motores e lá fomos nós. A viagem foi um pouco mais conturbada, mas em poucos minutos já chegávamos ao píer de Puinare.
Instalamo-nos numa sombra de um guarda-sol e demos um bom mergulho naquela água maravilhosa. Quando voltamos para a canga, um cara veio cobrar o “aluguel” do guarda-sol rústico caindo aos pedaços. Sendo assim, dissemos que não ficaríamos e nos instalamos debaixo de uma árvore a uns 2m que tinha o dobro de sombra. Passamos o resto do dia revezando entre snorkel (mais um dia em que vi as lulas), banho de mar, sol e sessões de foto.
Aproveitamos o tempo livre para decidirmos os nossos próximos destinos, pois estamos em dúvida entre as praias de Cumaná e a Isla Margarita. Com todos que conversamos sobre estes locais, recebemos boas informações das praias de Cumaná e não tão boas de Isla Margarita. O tempo passou voando e quando vimos a nossa lancha de regresso já havia atracado no píer.
Assim que voltamos ao continente, fomos direto a uma agência de turismo. Pedimos tudo quanto era informação e acabamos decidindo por Cumaná mesmo, pois em Isla Margarita gastaríamos muito viajando pela agência (R$1.000,00 por dois dias) ou então seria bem trabalhoso (5h de ferryboat mais 1h30min de ônibus). E, em último caso, poderemos ir para Isla Margarita de Cumaná mesmo se não gostarmos de lá.
De volta ao hotel, nos banhamos e descansamos um pouco. Mais tarde, saímos para procurar algum lugar para jantarmos. Paramos num restaurante italiano e nos atracamos na salada. Neste momento, notamos que estávamos com saudade de comer uma boa e saborosa salada. Mais um dia em que saímos estufados do restaurante.
Para fazer a digestão, fomos até uma lan house para sabermos das novidades e atualizarmos os blogs (estão mais do que atrasados). Depois de mais um enfartaço (desta vez de computador), voltamos ao hotel para arrumar tudo para a viagem para amanhã. Ainda bem que o pessoal do hotel permitiu que a gente deixe as bikes e algumas bagagens no depósito, senão não saberíamos o que fazer. Com tudo pronto, fomos dormir, pois hoje foi mais um dia em que a água sugou as nossas energias.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Janta: R$33,00   - Mercado: R$2,22   - Sorvete: R$1,77    - Passeio: R$16,00   - Internet: R$4,00

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

321º Dia – Puerto La Cruz – 03/10/11 – Segunda-feira

     Acordamos às 10h, após uma longa e regenerativa noite de sono. Assim que levantamos, tomamos o nosso café e iniciamos os preparativos para irmos conhecer as ilhas do Parque Mochima. Demoramos um pouco até prepararmos tudo e acabamos saindo do hotel quase ao meio-dia.
     Perguntamos aos recepcionistas do hotel onde se localizava o píer e, em poucos instantes, já estávamos a caminho. Recorremos todo o calçadão até chegarmos à cruz que simboliza a cidade. Quando olhamos para o muelle, havia um barco saindo, sendo assim, apressamos o passo para ver se poderíamos pegá-lo. Para a nossa sorte, os guias do parque também nos viram e nos esperaram. Nem sabíamos para qual das ilhas o barco se dirigia, mas corremos para comprar as passagens. Compramos passamos para a praia “El Saco”, embarcamos e o barco zarpou.
     Quinze minutos após a partida, o barco parou em uma praia. Desembarcamos e, assim que pisamos na areia, vimos uma placa que dizia “Playa Puinare”. Voltamos correndo para o barco que já estava partindo (mais uma vez) e o pessoal teve que esperar por nós, mas desta vez eles se divertiram com os brasileiros perdidos. Depois de mais 10min, chegamos na praia ”El Saco”. O lugar era incrível: mar azul, rochas com vegetação semi-árida por todos os lados e areia limpinha. Descemos do barco, confirmamos que estávamos na praia certa e fomos nos instalar embaixo de uma árvore. Ficamos impressionados com a quantidade de pessoas que havia na ilha em plena segunda-feira.
     Passamos toda a tarde fazendo snorkel, nadando, relaxando na areia e curtindo um pouco de sobra e água fresca. O Moacir chegou a ver peixes exóticos enquanto fazi snorkel e ambos desfrutamos dos belos corais coloridos da região. No final da tarde, começou a chover e a esfriar, o que foi bom, pois só assim tivemos “ganas” de abandonar aquele paraíso.
     Logo que voltamos para o porto, começamos a procurar o que comer. Como a maioria dos restaurantes ainda estava fechada (e não queríamos comer fast-food), fomos deixar tudo no hotel e nos banharmos antes da janta. Quando voltamos a sair, o calçadão já estava completamente diferente, os restaurantes estavam abertos e havia muitos pedestres passeando entre o comércio.
     Acabamos escolhendo um restaurante de comida chinesa, onde comemos muito. É interessante ver que, em toda a América do Sul (pelo menos nos locais que conhecemos), se pode comer arroz com frango de excelente qualidade nos restaurantes chineses. Não imaginávamos que as colônias chinesas eram tão fortes por aqui.
     Depois da farta janta, demos uma passada na internet para vermos como está tudo no Brasil. Conversamos com a família e os amigos, postamos uns relatos e vimos as fotos da visita da nossa família em Chichiriviche (adoramos!). Após matar um pouco a saudade de casa, voltamos para o hotel e capotamos. É incrível como a água fadiga e, ao mesmo tempo, relaxa tanto.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Passeio: R$13,33   - Janta: R$22,22   - Mercado: R$33,33

320º Dia – Píritu – Puerto La Cruz – 02/10/11 – Domingo

     Acordamos, tomamos o nosso desayuno e caímos na estrada. Sabíamos que faltavam poucos quilômetros para chegarmos ao nosso último destino litorâneo na Venezuela.
     A pedalada foi tranqüila durante a maior parte do trajeto. Aproveitamos o bom asfalto para desfrutarmos um pouco a paisagem. Passamos por uma bela e diferente capela na beira da estrada que chamou a nossa atenção pela arquitetura única (toda aberta e sem paredes) e pelo grande movimento. Além disso, tínhamos uma incrível vista do mar caribeño a cada subida que fazíamos.
     Ao nos aproximarmos do nosso destino, ficamos um pouco temerosos devido à grande quantidade de montanhas ao nosso redor. Porém, ficamos um pouco aliviados ao vermos que não passaremos as montanhas hoje. Além disso, vimos que, aparentemente, a estrada que pegaremos para ir ao Brasil passa por uma brecha entre os grandes cumes. Sendo assim, continuamos o nosso caminho a Puerto La Cruz e optamos por ir pela carretera até o centro da cidade.
     Pedalamos mais uns 5Km e vimos que teríamos que encarar um pequeno trecho de aclive. Não era nada de absurdo, mas fez a gente suar bastante. Acreditamos que no dia da nossa saída iremos pelo caminho pelo meio da cidade para tentarmos fugir dos cerros.
     Depois deste pequeno “sofrimento”, ficamos felizes em pegar um descidão  que nos levou até a área central de Puerto La Cruz. Estando no nosso objetivo, começamos a procurar hotéis, mas não sem ir até a beira da praia antes. Ficamos encantados com a infra do calçadão (sem dúvida alguma é a cidade litorânea por qual passamos com as melhores condições) e acabamos nos instalando num hotelzinho na avenida beira mar.
     Assim que nos banhamos, saímos para jantar, ir na internet, ligar para dar os parabéns para a mana que está de aniversário hoje e comprarmos alguns mantimentos. Ainda fomos surpreendidos por uma feirinha no calçadão e acabamos comprando umas artesanias de recuerdo.
     Após tudo isso, voltamos ao hotel para descansarmos, pois amanhã começaremos a explorar a região. Infelizmente, descobrimos que a bela praia em frente ao hotel é poluída e imprópria para banho. Sendo assim, teremos mais um motivo para irmos conhecer as ilhas da Reserva Ambiental Parque Mochima.
Gastos
- Hotel: R$37,77   - Almoço: R$13,77   - Compras: R$10,00   - Artesanias: R$20,00   - Ligação: R$2,40   - Internet: R$1,33   - Sorvete: R$4,88   – Janta: R$26,44
Estatísticas
- Distância: 62,90Km   - Tempo: 3h46min49”   - Média: 16,5Km/h
Condições da estrada
- Medianas, com um pequeno acostamento e asfalto em boas condições.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

319º Dia – Boca Uchire – Píritu – 01/10/11 – Sábado

     Finalmente acordamos bem e descansados. Tomamos o nosso desayuno e caímos na estrada. O calor e o sol já estavam intensos. Durante boa parte do dia pedalamos ao costado de uma grande e bela lagoa. Fizemos algumas paradas para relaxar e repor as energias. Ao final da tarde, chegamos à entrada da cidade de Píritu.
     A primeira impressão do povoado foi bem ruim, sendo assim, optamos por procurar algo na estrada mesmo. Após perguntarmos para várias pessoas e passarmos por uns cinco acessos da cidade, chegamos a um ponto mais movimentado. Como a noite já estava caindo, começamos a buscar hotel, pousada, motel ou uma cama qualquer.
     Acabamos encontrando um hotelzinho bem mais ou menos e nos instalamos. Após o banho, saímos para comprar mantimentos para o desayuno e para jantar. De barriga cheia e com muitas sacolas, voltamos para o quarto e começamos a nos preparar par dormir. Agora, escrevo este relato enquanto a Cris vê um pouco de TV. Em breve, capotaremos, pois o dia de hoje foi bem cansativo.
Gastos
- Janta: R$22,00   - Pousada: R$31,11   - Compras: R$13,22
Estatísticas
- Distância: 69,54Km   - Tempo: 4h35min   - Média: 15Km/h
Condições da estrada
- Boas

318º Dia – Boca Uchire – 30/09/11 – Sexta-feira

     Pretendíamos acordar cedo para evitarmos o calor do meio-dia. Entretanto, eu acordei muito cansada e pedi para o Moacir para ficarmos mais um dia em Uchire. Sendo assim, passamos o resto da manhã deitados e assistindo televisão.
     No início da tarde, já me sentia mais animada e resolvemos dar uma caminhada. Como o dono da pousada havia nos dito que a beira mar era perigosa, pegamos apenas uns trocados e fomos conhecer a temida orla. Assim que saímos do quarto, uma forte chuva começou. Decidimos sair mesmo com a chuva e iniciamos uma caminhada até o mar. O trajeto era bem estranho, cheio de casa abandonadas e pessoas assustadas. Felizmente, a chuva parou antes de chegarmos à praia.
     A beira mar nos surpreendeu positivamente. Apesar da estrutura escassa de restaurantes  e tendinhas, a praia era bem bonitinha, com coqueiros, areia limpa e até ducha para os banhistas. Acreditamos que a praia seja realmente perigosa, pois mesmo com 36°C, só havia três famílias na praia e todas estavam de carro.  Molhamos os pés na água e começamos a regressar.
     Ao voltarmos para a pousada, pegamos o caderninho e fomos para a lan house. Estamos com dificuldade de acessar os blogs nas lan house, a maioria tem programas que bloqueiam o nosso login. Desta maneira, digitamos os nossos dados no email mesmo a fim de preservá-los para quando consigamos publicar novamente. Sabíamos que teríamos dificuldades com o acesso à internet, mas aqui está realmente complicado. Após nos atualizarmos um pouco, falarmos com os entes queridos e digitarmos os relatos, saímos da lan house e fomos almoçar.
     Dirigimo-nos para a estrada e a cidade parecia muito mais movimentada do que nos dias anteriores. Quando começamos a relaxar, dois homens (aparentemente alcoolizados) começaram a brigar na nossa frente. Fiquei apavorada e o Moacir só fez o possível para me tirar daquela situação. Não tem como negar, as cidades desta região são realmente perigosas: cheias de bêbados e mau encarados. É triste ver tanta gente desocupada e sem perspectiva de vida.
     Depois da cena horrível, fomos comer para voltarmos logo para a pousada. A comida estava simples mas saborosa e, no retorno, não tivemos surpresas. Logo que chegamos na pousada, fomos aliviar as tensões na piscina e lá ficamos até a noite.
     Agora, escrevo este relato enquanto o Moacir aproveita para assistir televisão. Hoje foi o primeiro dia em que não faltou luz às 20h, sendo assim, estamos curtindo o ar-condicionado e a TV. Daqui a pouco vamos dormir, pois amanhã teremos que sair cedo para não pegarmos tanto calor.

Gastos
- Posada: R$38,88   - Internet: R$2,44   - Almoço: R$20,00    - Compras: R$20,44

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

317° Dia – Boca Uchire – 29/09/11 – Quinta-feira

Acordei as 10h, depois de uma boa e longa noite de sono para recuperar as energias (esta volta as pedaladas está sendo bem causativa). Arrumei-me e fui até a bodega próxima para comprar algo para desayunarmos. De volta a pousada, acordei a Cris e tomamos um café da manhã reforçado.
Estufados de tanto comer, ficamos no cuarto tentando colocar o relato em dia. O problema é que estamos sem computador (mandamos de volta para consertá-lo) e durante todo o tempo que o pessoal estava aquí não escrevemos um relato sequer. Com muito trabalho por fazer, ficamos nesta função até as 16h.
Cansados de ficarmos tanto tempo no cuarto, pegamos o caderninho e fomos até a lan house para transcrevermos tudo. Ficamos 2h digitando e vendo as novidades de Porto Alegre. Assim que saimos do caber (como eles chamam por aqui), passamos no mercadinho para comprarmos alguns complementos para a nossa janta.
Cegando no cuarto, fui fazer uma massa com salsicha enquanto a Cris arrumava a nossa bagunça. Devoramos a comida e nos jogamos na cama para jiboiarmos um pouco. Passaram uns 10min e, mais uma vez, faltou energia elétrica. Como já estamos acostumados com isso aquí na Venezuela, aproveitamos o tempo para conversarmos um pouco. Cegamos a conclusão de que a Venezuela foi o país mais decepcionante e com menos atrativos, pois 90% das cidades são muito pobres, violentas, com muito lixo e sem história (parece que não existem costumes antigos, artesanatos tradicionais, enfim, símbolos da região ou do país).
Quando voltou a luz, cometamos a arrumar as coisas para a pedalada de amanhã e nos preparamos para dormir.

Gastos
- Desayuno: R$8,88   - Posada: R$38,88   - Internet: R$2,22   - Compras: R$20,00

316° Dia – El Guapo – Boca Uchire – 18/09/11 – Quarta-feira

Acordamos as 8h e eu estava com dor de estomago. O Moacir foi preguntar para o funcionário da pousada se poderíamos ficar até mais tarde e ele respondeu que até as 11h não haveria problema. Desta maneira, voltamos a dormir até as 10h.
Levantei sentindo-me um pouco melhor, preparamos tudo e partimos. O calor estava insuportável, mas já sabíamos que o início seria a pior parte, pois já era quase meio-dia. O sobe e desce continuou por mais este dia, mas a estrada melhorou muito. Pedalamos a mayor parte do tempo em autopista, com excelente acostamento.
 Ao longo do caminho, passamos por belas paisagens, montanhas e vegetação verde abundante. Em alguns trechos, tivemos que desviar dos arbustos que invadiam a pista. A melhor surpresa foi passar pela tienda do Alcides, um artesão espetacular que talha madeira e a transforma em verdadeiras obras de arte. Se não fossem tão pesadas, teríamos levado umas conosco, mas como pesavam 5Kg no mínimo, tivemos que nos contentar com fotos.
Após a quente e agradable pedalada de 70Km, cegamos a Boca Uchire. A cidade tem uma entrada bem bonitinha, com canteiros e praça principal. Entretanto, pareceu ser um pouco perigosa. Sendo assim, nos informamos sobre a localização de pousadas e nos dirigimos para lá a fim de deixarmos os nossos equipamentos num lugar seguro.
Acabamos ficando na primeira que vimos, pois parecia segura e comoda. Além disso, possuia piscina, um conforto que vale a pena já que ficaremos dois dias descansando por aqui. Após nos instalarmos, nos jogamos na piscina e relaxamos dos últimos dias de forte pedal. Só saímos da água quando os dedos começaram a marchar e o estomago começou a roncar. Após o banho, fomos em busca de restaurantes, mas não havia algum aberto nas redondezas e acabamos comendo na pousada mesmo. Em seguida, fomos dormir, pois estávamos exaustos.

Gastos
- Posada: R$38,88   - Almoço: R$13,33   - Mercado: R$11,77   - Janta: R$8,88
Estatística
- Distancia: 70,63Km   - Tempo: 4h19´14"   - Média: 16,2Km/h
Condições da estrada
- Boas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

315° Dia - El Marques - El Guapo - 27/09/11 - Terça-feira

Acordamos as 5h, tomamos o nosso desayuno reforçado e demos mais uma recostadinha. As 6h15min, realmente levantamos e começamos a arrumar tudo. Como tínhamos que sair até as 7h, pegamos as nossas coisas correndo e acabamos de nos arrumar do lado de fora da recepção do motel.
Iniciamos as nossas pedaladas sob um sol forte, mas um calor não tão intenso. Depois de nos confundirmos um pouco na saída do povoado, pegamos a autopista e seguimos o nosso caminho. As descidas continuavam sendo predominantes e as paisagens repletas de verde. Fizemos a nossa primeira parada depois de uns 30Km percorridos, pois já estávamos um pouco cansados e aproveitamos uma sombra para repousar.
De volta a estrada, pedalamos mais uns 10Km pela autopista e tivemos que optar por seguir por ela ou pegar a "carretera vieja". Olhamos o GPS e o relevo em volta e escolhemos a estrada antiga, pois tinha mais povoados, era o caminho mais curto e parecia fugir mais das montanhas. Com a decisão tomada, voltamos as pedaladas.
Assim que entramos na carretera vieja, bateu um certo arrependimento, pois era uma estrada de mão dupla, pista simples e sem acostamento (enquanto a autopista era mão simples, pista tripla e um largo acostamento). Mesmo assim, mantivemos a nossa escolha e continuamos pedalando nestas condições críticas. O negócio era tão ruim que tínhamos que sair da estrada quando vinham caminhões nos dois sentidos. Para a nossa sorte, conforme passavam os quilometros, a estrada ia melhorando. Quando fechamos os 50Km percorridos, demos uma encostada numa estradinha de chão batido. Pegamos as comidas e as bebidas geladas, nos deitamos e nos esbaldamos. Ficamos ali uns 30min aproveitando a sombrinha.
Como tínhamos muito o que pedalar ainda, voltamos para a estrada e tentamos manter o ritmo. Neste ponto, começou um sobe e desce pouco intenso, mas contínuo, e um ventinho contra. Já começávamos a sofrer os efeitos de termos ficado tanto tempo sem pedalar. Lá pelas 12h30min, fizemos mais uma parada. A esta altura do dia, tínhamos pedalado 75Km e o calor estava insuportável. Ainda bem que encontramos um barzinho que vendia bebidas geladas. Aproveitamos e ficamos cerca de uma hora resfriando o corpo e conversando sobre um possível evento no nosso último trecho da viagem (Tramandaí ou Pinhal - POA) para divulgar a bicicleta como meio de transporte.
Depois de divagarmos bastante, voltamos para a nossa realidade e para os 20Km que faltavam. Por sorte, tinha dado uma nublada e o calor havia diminuido. Pedalamos por 1h até chegarmos num restaurante. Paramos para nos informar sobre pousadas e disseram que tinha uma a uns 3Km, mas que não havia comércio algum perto. Desta maneira, optamos por almoçar ali mesmo e comprar alguns mantimentos numa bodega em frente e cozinharmos na janta.
Após comermos e comprarmos tudo necessário, fomos procurar a pousada. Rapidamente chegamos e fomos super bem atendidos. Após chorar um descontinho, instalamo-nos e tomamos um bom banho para relaxar. Com o cair da noite, fui fazer uma massa ao sugo para a nossa janta enquanto a Cris arrumava as coisas para dormirmos. Foi comer, se escovar e capotar, pois estávamos exaustos depois de mais de 90Km pedalados debaixo de um sol escaldante.

Gastos
- Pousada: R$33,33   - Almoço: R$17,90   - Compras: R$14,40   - Bebida: R$2,22
Estatísticas
- Distancia: 93,04Km   - Tempo: 5h6min59"   - Média: 18Km/h
Condições da estrada
- Enquanto estivemos na autopista estavam ótimas, mas assim que pegamos a carretera vieja ficaram muito ruins.

314° Dia - Caracas - El Marques - 26/09/11 - Segunda-feira


Hoje acordamos decididos a sair de Caracas, mas como só terminamos de nos arrumar perto do meio-dia, tivemos que reduzir o percurso da pedalada. Verificamos no GPS que havia cidadezinhas na periferia da capital e lá fomos nós. A saída da zona urbana foi bem chata, pois o transito estava lento e haviam zonas um tanto quanto sospechosas. Andamos o mais rápido possível e, após atravessar uma pequena vila, chegamos na estrada.
O início da estrada foi uma benção, havia sombra, longas descidas e pouca gente. Descemos cerca de 20Km sem fazer esforço, o freio dianteiro do Moacir chegou a estragar, pois fazia tempo que não trabalhava tanto. Quando a mamata acabou, sentimos um pouco mais o calor, mas estávamos entusiasmados com o retorno as pedaladas.
A única parte difícil da viagem foi a passagem pelos túneis, pois é uma autopista onde os carros andam em grande velocidade e não há espaço para veículos de baixa potencia. Sendo assim, acabamos atravessando os túneis pela área de pedestres (uma calçada de meio metro no canto direito do túnel) para evitarmos riscos maiores. Felizmente, foi tudo muito tranquilo e, após 45Km de belas paisagens, chegamos a cidade de El Marques.
Paramos em uma barreira policial na entrada da cidade para perguntarmos sobre a existencia de hospedagens nos próximos povoados. O oficial nos informou que só havia hoteis-moteis naquela região e que cidade grande com hotel familiar só daqui uns 300Km. Admito que esta informação abalou um pouco os nossos animos, mas como já passamos por tantas nesta expedição, sabemos que sempre há uma caminha para alugar ou um restaurante para acampar.
De qualquer maneira, resolvemos aproveitar que a cidadezinha tinha um centro comercial para comprarmos mantimentos e dormirmos cedo. Como nem tudo é perfeito, nos tres moteis da região, havia uma bobagem de diária de 12h, ou seja, se fores ficar 13h, terás que pagar duas diárias. Além disso, a diária mais barata era de BsF220. Sendo assim, fomos no centro comercial para almoçarmos e matarmos um pouco o tempo.
Assim que entramos no shoppingzinho, eu fui comprar comida e o Moacir ficou cuidando das bikes. Quando voltei, vi que ele estava conversando com um cara que curtia bikes e que havia um segurança que não parava de passar por eles. Logo que cheguei, o cara se despediu e o segurança se aproximou. Disse que sentia muito mas que as bikes não poderiam ficar na frente do shopping e que teríamos que ir comer no estacionamento. O Moacir ficou indignado pela situação, mas tentei acalmá-lo, pois não era culpa do segurança e se revoltar não mudaria nada.
Comemos as nossas viandas e, após a refeição, fui ao mercado para comprar água e mantimentos para a janta e o café da manhã. Fiquei duas horas na fila do supermercado subsidiado pelo presidente deste país. Cheguei a pedir para guardarem o meu lugar para ver se o Moacir não queria trocar de postos para sair um pouco do calor. Como ele não quis, voltei sabendo que ainda teria que ficar 1h na fila até ser atendida.
Foi aí que vi uma senhora discutindo com uma das duas caixas que estavam fazendo o "favor" de nos atender. A menina dizia para a senhora que não adiantava estar na fila, que o supermercado fecharia as 18h e quem não havia sido atendido, deveria chegar mais cedo no dia seguinte. Fiquei revoltada com esta falta de respeito, com esses socialismo fajuto deste país onde as pessoas são tratadas como lixo e larguei tudo e fui embora (até porque não seria atendida mesmo). Quando contei para o Moacir ele ficou pasmo e disse para irmos comprar na rede privada, cara e respeitosa.
Pedalamos 2Km até acharmos o outro mercado, mas fomos bem atendidos e compramos tudo que precisávamos. Ao sairmos do mercado, já estava anoitecendo e tivemos que acelerar a pedalada para não pegarmos muita noite (pois a região não parece das mais seguras). As 18h50min, chegamos no motel, ou seja, amanhã teremos que madrugar. Pelo menos, o quarto era bom, com frigobar, ar-condicionado e chuveiro com água quente e fria. Cozinhamos um arroz com frango para a janta (delicioso), lavamos as roupas e a louça e fomos dormir. Amanhã teremos que pedalar até encontrarmos algum lugar para dormirmos.

Gastos
- Motel: R$48,88   - Almoço: R$15,55   - Supermercado: R$32,00
Estatísticas
- Distancia: 44,5Km   - Tempo: 2h29min   - Média: 17,8Km/h
Condições da estrada
- Razoáveis mas com túneis perigosos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

313° Dia - Caracas - 25/09/11 - Domingo

Obviamente não acordaos cedo e optamos por ficar mais um dia na cidade. Desayunamos e ficamos de bobeira no quarto até o início da tarde. Lá pelas 13h, fomos dar uma caminhada para ver se encontrávamos alguma lan house aberta para sabermos notícias deles. Como tudo estava fechado, fomos até o Shopping Sambil.
Por ironia, descemos até o primeiro andar do shopping e demos de cara com uma loja com belíssimas artesanias. Mesmo sabendo que teremos que carregá-las por uns 50 dias, compramos um jogo de tres máscaras pequenas que são show de bola. De volta ao que fomos buscar, começamos a procurar uma lan house. Depois de muito bater perna, achamos uma. Ficamos felizes em ver que haviam chegado bem e que a viagem tinha sido tranquila.
Na volta ao hotel, ainda paramos numa pizzaria e almoçamos dois combos de duas fatias com um copo de bebida. Ficamos o resto do dia arrumando a grande bagunça e "arreglando" as nossas bikes (trocando os pneus e lubrificando as coitadas). Para a janta, compramos um suco para complementar o cafezão. Hoje sim fomos dormir cedo, pois amanhã sairemos daqui de qualquer forma.

Gastos
- Hotel: R$66,67   - Almoço: R$12,00   - Máscaras: R$38,88   - Internet: R$2,66   - Padaria: R$5,88

312° Dia - Caracas - 24/09/11 - Sábado

     Acordamos para o nosso último desayuno em família antes da partida deles. Comemos, conversamos e rimos bastante. Em seguida, começamos a nos preparar para conhecer o teleférico Warairarepano (um dos principais pontos turísticos da cidade).
Lá pelas 10h, saímos do hotel para mais uma pequena viagem de metro. Desta vez, foi um passeio tranquilo e rápido. Em poucos minutos, já desembarcamos na estação Colegio Ingenieros e começamos a buscar o onibus que subia o morro até o nosso destino. Depois de mais esta viagem e uma pequena escadaria, já avistávamos o bondinho subindo a cordilheira.
Entramos na fila para comprar os tickets e para embarcar. Neste momento, os animos começaram a ficar um pouco tensos, pois alguns integrantes do grupo tem uma certa fobia a altura. Com a proximidade do embarque, a tensão foi aumentando, porém, assim que entramos no bondinho, tudo se acalmou. A viagem demorou uns 20min, mas foi tranquila. A única parte tensa foi quando passamos por um imenso vale nas montanhas e ficamos a uns 100m de altura, pois os ventos davam uma boa "chacoalhada" em tudo. Apesar de tudo isso, tivemos lindíssimas vistas da cidade de Caracas e de suas montanhas ao redor.
Quando, finalmente, colocamos os pés no chão novamente, todos ficaram mais calmos. Demos uma caminhada pelos cumes das montanhas buscando um bom ponto para observar a paisagem. Infelizmente, havia nuvens para todos os lados e tapavam tudo.
Depois da caminhada, fomos patinar no gelo. Para o meu azar, o mair patins que tinha era 37 e tive que me contentar em fotografar a Cris, a Jana e a Gabi (infelizmente a Ceci era muito pequena para participar). Foram 20min de muitas acrobacias e piruetas, sendo que o destaque foi a atuação da Gabi. Como se aproximava a hora do voo, começamos a voltar para o hotel.
Chegando no bairro Altamira, fomos almoçar no restaurante mexicano que havíamos provado. Após comermos, demos um pulo numa outlet de artigos esportivos e numa lojinha de artesanias. Depois das últimas comprinhas, voltamos ao hotel para fecharmos as malas e irmos ao aeroporto.
Forams uns 45min de viagem e, por sorte, não tinha ninguém na fila do check inn. O problema foi que descobrimos que eles teriam que pagar uma taxa de embarque de BsF190 por pessoa e não tinham mais bolívares. Achamos muito estranho ter que pagar uma taxa no próprio aeroporto, mas, são as regras, não tinha o que se fazer. Sendo assim, reuni os dólares do pessoal e fui a caça de algum cambista na área de desembarque internacional. Por sorte, encontrei o equatoriano uma vez mais e resolvi tudo.
De volta com os bolívares, pagamos a taxa e fomos aproveitar os últimos 15min juntos que nos restavam. Passamos todo o tempo "brincando" numa máquina de venda de bebidas. O pessoal ficou impressionado com o seu funcionamento e, quando perceberam, já estava na hora de embarcar. Começamos a nos despedir e algumas lágrimas rolaram, mas com a certeza de que estaremos juntos novamente em breve.
Após o embarque deles, começamos a procurar o onibus que vai para Caracas. Perguntamos para umas 10 pessoas e, finalmente, descobrimos que saía da área de desembarque nacional. Foram uns 50min de onibus e mais uns 30min de metro (por sorte, ele nos deixou bem em frente a uma estação) até o hotel. Já no quarto, arruamamos algumas coisas e nos deitamos. Queríamos dormir cedo para reiniciar as pedaladas amanhã, mas ficamos conversando até as 2h da madrugada sobre a belíssima semana que tivemos. A esta altura, o sono bateu e acabamos capotando.

domingo, 9 de outubro de 2011

311° Dia - Caracas - 23/09/11 - Sexta-feira

Acordamos cedo e fui ao supermercado para comprar o café do pessoal enquanto a Cris ficou arrumando as coisas no quarto. Assim que cheguei de volta ao hotel, desayunamos em família e fomos nos preparar para o longo dia na capital venezuelana.
Em seguida, fui até o consulado brasileiro com o tio Paulo para fazer o passaporte temporário para que ele possa entrar no Brasil. Enquanto estávamos nesta função, a Cris reuniu os demais e os levou para conhecer o Shopping Sambil. Assim que terminamos o trabalho burocrático e já tínhamos o documento em mãos, fomos encontrá-los no shopping.
Entramos no centro comercial e, por sorte, demos de cara com todos. Ficamos o resto da manhã passeando pelos corredores e depois fomos almoçar. Ainda demos mais uma pernada pelo shopping antes de regressarmos ao hotel.
Ficamos cerca de 1h descnsando e esperando todos se reunirem para irmos ao centro histórico. Como a Ceco estava cansada e a Zig meio mal, a Cris ficou cuidando das duas e eu fui "apresentar" o centro para o pessoal. Para conhecer melhor a cidade, caminhamos até a estação de metro para pegarmos a nossa condução. Assim que entramos na estação, percebi um movimento acima do normal. Infelizmnte, o pior estava por vir! Quando chegou o primeiro trem, vimos que seria impossível embarcarmos, pois não cabia nem um alfinete a mais (parecia ostrens mega lotados do RJ e SP)! Ficamos sem saber o que fazer e acabamos optando por esperar um pouco para ver se melhoraria a situação. Depois de uns 3 trens, vimos um vagão não tão lotado e nos jogamos para dentro.
A viagem não foi das melhores, pois o trem estava lotado, o calor era insuportável e ainda tentaram nos roubar. Apesar de tudo, chegamos sãos e salvos ao nosso destino. Desembarcamos na estação Capitólio e iniciamos o recorrido. Passamos pela Igreja de San Francisco, pelo Capitólio (sede do governo), pela Plaza Bolívar e pela Catedral. Após estes pontos, o pessoal quis dar um pulo numa lojinha de artesanato. Como aCris tinha prometido para a Gabi que ela daria comida aos esquilos da praça, fui comprar comprar amendoim. Ficamos uns 20min alimentando estes belos animais enquanto o pessoal adquiria alguns recuerdos.
Depois de tudo isso, iniciamos o nosso regresso ao hotel. O pessoal estava um pouco assustado com o metro e decidiu voltar de táxi. Ficamos 10min procurando um ponto e percebemos que o transito estava caótico. Sendo assim, demos mais uma chance ao metro. Logo que entramos, notamos que a situação estava muito melhor do que a da ida. Desta maneira, depois de uns 20min e uma viagem tranquila, já estávamos no hotel.
Depois de descansarmos um pouco, regressamos ao Shopping Sambil para irmos no parquinho com as crianças e jogarmos boliche. Foram 3h de excelente convivencia familiar e uma ótima noite de despedidada cidade. Chegamos de volta ao hotel lá pela meia-noite e fomos direto dormir, pois amanhã ainda teremos o teleférico como último ponto turístico para conhecermos.

310° Dia - Chichiriviche - Caracas - 22/09/11 - Quinta-feira

Acordamos com um certo ar de tristeza, pois será o nosso último dia aqui. Mesmo assim, não deixamos cair a peteca e nos preparamos para a nossa última ilha: Cayo Sal. Saímos rumo ao cais e já encontramos o nosso barqueiro Jairo.
Em poucos minutos, já atracávamos no pier de Cayo Sal. Instalamo-nos e lá fomos curtir o mar "increíble". Infelizmente, a ilha tem uma água parada (tipo uma lagoa) e acaba provocando um cheiro ruim. Além disso, o lixo acumulado é um grande atrativo para as moscas. Devido a estes dois fatores, acabamos nos transladando para uma outra parte da ilha.
Ficamos a tarde toda aproveitando a água para brincarmos, saltarmos do pier e fazermos snorkel (apesar de ter muito menos coisa para se ver). Desafortunadamente, ainda teríamos que nos preparar para a viagem e voltar um pouco mais cedo do que nos outros dias. Após estes dias, chegamos a conclusão de que, conforme os nossos interesses, o Cayo Muerto é o melhor deles. Neste cayo, pode-se descansar, aproveitar o mar azul celeste, fazer um bom snorkel e ainda é o mais próximo do centro e o mais barato.
De volta ao apart-hotel, tomamos um cafezão, arrumamos tudo e ficamos aguardando o Angel chegar. Neste momento, estávamos ansiosos para saber se conseguiríamos levar as bikes na van para Caracas ou se teríamos que retornar a Chichiriviche para continuarmos as pedaladas após a família voltar para Porto Alegre. Na hora marcada, o Angel estacionou em frente a hospedagem e nos deu a bela notícia: Se conseguirem colocar elas aí dentro não tem problema. Felizes, começamos a jogar Tetris (aquele joguinho de encaixar as peças) com todas as malas e bikes. Depois de uns 30min, tudo se encaixou e iniciamos a nossa viagem de regresso a Caracas. 
No caminho, fizemos uma pequena pausa para encher o tanque da van e o do pessoal (compramos vários lanchinhos para a longa noite). Depois de umas 4h de viagem, chegamos ao hotel e fomos ver se haviam habitaciones (como voltamos um dia antes, não tínhamos reserva). Felizmente, havia espaço e nos instalamos. Todos estavam um pouco cansados devido ao dia de praia e a longa viagem. Sendo assim, nem saímos para jantar e fomos diretamente dormir.