Acordamos tarde e acabamos saindo do hotel somente às 11h. Felizmente, o dia estava nublado e o calor menos intenso que nas pedaladas anteriores. A saída da cidade foi um pouco “sinistra”, mas relativamente rápida.
Antes do meio-dia já passávamos pelo pedágio da estrada do litoral. Logo que passamos a praça, fomos parados por um policial que nos avisou que não poderíamos cruzar a ponte de saída da cidade em bicicleta. Desta maneira, perguntamos para ele se havia algum carro oficial que nos levaria até o outro lado e ele nos disse para esperarmos um pouco até o mesmo chegar.
Devorando o presentinho |
Como passamos por uma situação semelhante no Chile, não nos preocupamos, somente ficamos esperando a viatura chegar. Os oficiais foram muito gentis conosco, interessaram-se pela nossa expedição, nos ofereceram água gelada e um descanso na sombra, embaixo de uma tenda. Enquanto conversávamos, uma caminhonete foi parada por um policial que nos chamou e nos apresentou ao motorista. Este era um senhor de avançada idade que viajava com a sua esposa e que teve a boa vontade de nos receber no bagageiro do seu carro para atravessarmos a ponte. Não foi exatamente a viatura policial que estávamos esperando, mas, diante da realidade local, só pudíamos agradecer a boa vontade do senhor e colocar (o mais rápido possível) as bikes na “cachorreira”.
Atravessamos rapidamente os 8Km da ponte e, assim que esta acabou, o senhor parou o carro, descemos, agradecemos e seguimos o nosso caminho pedalando. A estrada, para variar, estava terrível, além da ausência de acostamento, havia areia por todos os lados e um trânsito frenético. Pedalamos nessas condições por 35Km, até pararmos em uma tendinha para comprarmos água e gatorade (aqui, gatorade é mais barato que suco). Enquanto descansávamos e refrescávamos, o Moacir pegou o GPS para vermos quanto ainda teríamos de estrada pela frente. Os dados que o instrumento nos revelou não eram nada estimulantes. Ainda teríamos 100Km de pedal até Dabajuro e já era 14h. Desta maneira, tomamos a sensata decisão de pararmos em uma cidade no meio do caminho. Como nem todas as cidades que aparecem no GPS estão, verdadeiramente, no caminho, perguntamos para alguns motoristas onde havia um povoado seguro e com hotel. Os motoristas nos indicaram Mene Mauroa, um povoado simples que possuía um hotel na beira da estrada. Como ainda teríamos que pedalar mais uns 35Km, seguimos. O vento começou a soprar fortemente e na direção contrária à nossa, sendo assim, a nossa velocidade caiu muito, mesmo fazendo muita força. No caminho, passou um carro e nos ofereceu dois pacotes de bolacha e meia garrafa de refrigerante bem gelado. Agradecemos a generosidade e paramos imediatamente para nos refrescarmos na sombra com o refri gelado.
Voltando à estrada, lutamos contra o vento por aproximadamente duas horas até chegarmos ao povoado. Paramos na frente do hotel que haviam nos indicado e, como este ficava em uma espécie de fazenda afastada do centro, fomos até a parte mais movimentada para vermos se não encontrávamos nada por lá. Assim que chegamos em um posto de gasolina, perguntamos sobre hotéis. Ficamos sabendo que havia outro hotel no centro da cidade, mas que teríamos que pedalar 1,5Km para dentro de uma via um pouco estranha até chegarmos a ele. Sendo assim, voltamos ao “hotel fazenda” da beira da estrada e nos instalamos. Para a nossa sorte, o pessoal do hotel era muito legal (até nos levaram aguinha gelada) e as instalações excelentes.
Enquanto tomávamos banho, começou uma tempestade horrível, com direito a raio, trovão, vento e muita chuva (chegou até a faltar luz). Assim que diminuiu a chuva, saímos para comer. Como a cidadezinha estava sem luz, a maioria dos restaurantes estava fechado. Sendo assim, compramos um suco de fruta e, quando nos decidimos por pegar umas arepas e voltarmos para o hotel, a luz voltou e uma parrillada abriu as suas portas. Desta maneira, fomos obrigados a comer uma deliciosa parrilla com aipim e salada, deliciosas!
Satisfeitos, voltamos para o quarto e nos preparamos para dormir. Estávamos exaustos pela luta contra o vento do final da viagem. E sabendo que amanhã ainda teremos mais 60Km de muito vento contra.
Gastos
- Hotel: R$28,57 - Janta: R$19,05 - Suco: R$1,90
Estatísticas
- Distância: 72,57Km - Tempo: 4h17min18” - Média: 16,8Km/h
Condições da estrada
- Ruins.
VAMOOOO!!!
ResponderExcluirSó estrada ruim... mas podem ficar tranquilos pelo menos o povo está sendo muito hospitaleiro!!!
ResponderExcluirParabéns, cada vez mais admiro essa coragem!