No teto da lancha no meio do Titikaka |
Chegando ao porto, subimos numa pequena e confortável embarcação. Fomos recepcionados por um peruano que tocou algumas músicas com instrumentos tradicionais da região. Assim que começamos a navegar, o guia se apresentou e falou um pouco sobre a região. Como estava chovendo, ele avisou que o itinerário do passeio seria invertido e que demoraríamos cerca de 3h até chegarmos na ilha de Taquile, nossa primeira parada. Com todo esse tempo livre e a chuvinha batendo no vidro, fomos obrigados a complementar a noite de sono com mais uma bodiada.
Senhor com as vestimentas tradicionais no centro de Taquile |
Acordamos um pouco antes de chegar à ilha e aproveitamos para ir para parte externa da embarcação e tirar umas fotos. Instantes antes de atracarmos, o guia começou a falar um pouco mais sobre os habitantes da ilha e sua história. Ficamos sabendo que se tratava de um povoado de origem Inca que tinha como atividades principais a tecelagem, a agricultura (a ilha possui diversos microclimas, possibilitando o cultivo de inúmeros vegetais) e a pecuária.O povoado também possuí uma maneira única de se vestir, sendo padronizado o “gorro” dos homens e as saias das mulheres conforme o estado civil. A tecelagem deste povoado foi tombada pela UNESCO como patrimônio cultural.
Curtindo um visual em Taquile |
Chegando na ilha, subimos uma longa rampa de pedras que levava até o centro do povoado. Neste centrinho, estava a igreja, a prefeitura e o principal mercado onde eles vendem seus produtos de tecelagem. Neste ponto da ilha, tínhamos uma visão muito bela do lago e das montanhas ao seu redor. Em seguida, fomos almoçar num restaurante que havia sido designado pelas autoridades da ilha (existe uma definição de restaurante para cada grupo de turistas para que todos possam ter sua renda). O almoço era uma sopa tradicional de entrada e truta frita com arroz, salada e batata frita como prato principal,acompanhados de um chá de coca com uma planta que eles consideram a menta local.
Mulheres das Islas de Uros |
Após comermos, continuamos a atravessar a ilha e nos deparamos com a escadaria que o guia havia falado. Eram 500 degraus dos mais diversos tamanhos que ligavam o topo da ilha com a água do lago. A vista era maravilhosa, sendo que nesta altura o sol já estava nos prestigiando com a sua presença. Descemos lentamente enquanto apreciávamos aquela maravilha em frente aos nossos olhos. Entramos na lancha e o guia avisou que eram 2h30min até a próxima parada. Lá fomos nós para a saudável ciesta
Assim que fomos nos aproximando às ilhas de Uros, pudemos perceber a grande quantidade de junco que havia. O guia começou a explicar que as ilhas que veríamos eram artificiais e feitas unicamente de totora (espécie de junco). O povoado que habita estas ilhas flutuantes são pré-Inca e vivem da pesca, caça e, atualmente, da comercialização dos artesanatos que confeccionam. Ao entrar no vilarejo através de um canal central (como se fosse uma rua com casas dos dois lados) não acreditávamos no que estávamos vendo.
Uma das islas de Uros |
São 50 ilhas flutuantes que abrigam várias pessoas e exibem os mais variados trabalhos com o junco. As ilhas são formadas com uma base de terra e raiz de totora (material com excelente flutuabilidade) e posteriores camadas deste junco, sendo que este conjunto atinge 3m de espessura! Em cima destas ilhas, eles constroem casas, artesanato, imensas figuras e tudo mais que se imaginar somente com esta planta. As ilhas levam cerca de seis meses para serem construídas e duram, aproximadamente, trinta anos.Eles também confeccionam barcos típicos com junco e corda. Existem três modelos mais comuns:
- pequeno, para uso individual que eles utilizam para a caça e pesca;
- grande, para uso coletivo utilizado para transporte de pessoal e material; e
Mercedes Benz e Tradicional |
- grande com uma parte coberta e base dupla, para uso coletivo utilizado para transporte de pessoal e material (batizado de Mercedes Benz);
Desembarcamos numa das ilhas, ouvimos a explicação de como eles constroem as ilhas, entramos em uma das casas, vimos seus artesanatos, cantamos (primeiro os moradores das ilhas cantaram e, posteriormente, os turistas de cada país cantaram uma música de sua cultura) e fomos dar uma volta no Mercedes Benz. Inicialmente estávamos curtindo o visual e a experiência única, mas o tempo começou a virar repentinamente e tornou-se inviável navegar naquela embarcação. Sendo assim, atracamos em uma outra ilha onde fomos resgatados pela lancha. Seguimos deste povoado direto para o porto de Puno.
Passeio de Mercedes |
Desembarcamos no porto e fomos levados de volta para o hostel. Passamos no quarto e em seguida saímos para comprar o nosso café de amanhã e jantarmos. Passamos no Machu Pizza e pedimos uma pizza familiar para levar e fomos comprar pão e frios para amanhã enquanto a pizza ficava pronta. Chegando de volta ao Machu Pizza, a nossa pizza ainda não estava pronta e decidimos mudar os planos:optamos por comer a pizza lá mesmo e pedir outra para levar!
Chegando de volta ao hostel, estamos escrevendo o relato de hoje e, em breve, vamos degustar mais uma pizza e arrumar tudo para partirmos amanhã para Juliaca.
Obs.: Aqui eles armazenam tudo sem refrigeração. Iogurte e manteiga são vendidos em prateleiras ao lado de cereais e papel higiênico.
Gastos:
- Hostel: R$27,00 - Tour pelo Lago Titikaka: R$40,00 - Almoço: R$27,00 - Artesanato: R$16,50 - Passeio de Mercedes: R$14,00 - Janta: R$ 25,30 - Mantimentos: R$8,00
Esta estada e passeios em Punodeve ter sido bem legal. Pelo menos, pela descrição feita no relato de vcs, me deu a nitida idéia de que é lindo!! Continuem fazendo estes belos relatos, tem sido ótimo. Beijos. Saudadeeeeess!!!!!!
ResponderExcluirBah, muito bom esse relato de vocês!! Show!
ResponderExcluirQueria ter visto o Moacir cantando uma música brasileira... hehehe
Beijos do Boni
Oi Zig, como estão as coisas por ai? Puno é realmente incrível. Tem algumas coisas que nunca havíamos imaginado!
ResponderExcluirE só pra lembrar que sou um afinadíssimo cantor...rs...
Beijos.