quinta-feira, 9 de junho de 2011

198° Dia – Flávio Alfaro – El Carmem – 02/06/2011 – Quinta-feira

Paradinha no meio do "Sube y baja"
     Hoje conseguimos acordar cedo! Levantei da cama era 5h45min e fui esquentar uma água para fazermos um café com leite e um suco de gelatina, pois o dia será puxado. Quando estava borbulhando a água, despertei a Cris. Tomamos nosso café da manhã (infelizmente sem o café com leite, pois o café estava podre) com chocolate quente, banana, sanduíche e um belo prato do “carreteiro de verdura” que tinha sobrado de ontem. Após comermos, acabamos cedendo à preguiça e demos mais uma dormidinha.
    Saímos da cama já eram 8h45min e finalizamos a arrumação das nossas coisas para partir o quanto antes para El Carmem. Antes de pegarmos a estrada, ainda passamos numa vendinha para reabastecer as garrafinhas de água, pois todas estavam completamente vazias. Sendo assim, demos as primeiras pedaladas às 10h. Já de saída pegamos uma longa subida, mas, felizmente, não muito íngreme. Mesmo assim, com 2Km pedalados já estávamos encharcados de suor. Depois deste “aquecimento”, o sobe e desce foi constante.
Depois de toda subida.
    Após passar a marca dos 20Km, começamos uma subida frenética. Não parávamos de subir e a inclinação da estrada era bem acentuada. Logo deduzimos que se tratava da localidade “Sube y baja”, que vimos ontem na lan house que seria o pior trecho do dia. O calor era muito intenso, a subida não acabava (era muito forte o tempo todo) e quase não havia sombras. Ficamos uns 40min pedalando nestas condições até chegarmos ao cume da montanha e nos depararmos com um pequeno povoado.
    Aproveitamos a existência de pequenas tendas e restaurantes para comermos algo. Pegamos um coco bem gelado como entrada e depois fomos almoçar num restaurantezinho. Estávamos completamente molhados de suor, sendo que, literalmente, torci a minha camiseta para que secasse mais rápido. Comemos uma carne de gado com molho e arroz e ficamos descansando um pouco na sombra. Não tínhamos vontade de voltar para as bikes e encarar aquele sol absurdo!
Em cima das montanhas!
    Infelizmente, sabíamos que ainda faltavam uns 45Km e não pretendíamos pegar noite na estrada, sendo assim, não pudemos nos retardar muito para o retorno à pedalada. Assim que voltamos a pedalar, já nos deparamos com uma vista deslumbrante da região e uma descida inspiradora. Com todos estes elementos a favor, aumentamos o ritmo e fomos aproveitando o relevo a favor. Depois de 1h30min de muitas descidas e algumas subidas, já tínhamos andado 30Km e faltavam somente uns 15Km. Com a certeza de que chegaríamos com sol, diminuímos um pouco o ritmo para nos pouparmos para os próximos dias (pois serão bem difíceis!).
     Avistamos as placas de bienvenidos a El Carmem e começamos a procurar o centro da cidade para nos hospedarmos. Assim que chegamos numa parte bem movimentada, a caça por onde ficar começou. Passamos nuns 4 hotéis até decidirmos onde ficaríamos. Enquanto eu subia as bikes até o quarto andar, a Cris tentou pagar o hotel, mas aqui não aceitam nota de U$100. Sendo assim, combinamos de trocar em algum outro lugar e pagar no check-out. Depois disto, nos instalamo e fomos tomar um excelente, delicioso banho gelado! Coisa boa poder tirar aquele calorão e o suor impregnado no corpo!
Praça principal de El Carmem
     Saindo do banho, a fome veio com uma grande intensidade. Saímos para “jantar” às 17h e torcíamos para conseguir encontrar um restaurante decente. Caminhamos umas 3 quadras na carretera e vimos uma bela praça. Como normalmente tem bons restaurantes ao redor das praças das cidades do interior, fomos ver se achávamos algum. Acabamos encontrando uma polleria bem legal e pedimos 2 pratos de ¼ de pollo com 1,35L de coca-cola e um copo de aveia (aqui eles tomam muita aveia). Achamos estranho que a aveia veio misturada com suco de pêssego, mas apesar de diferente estava bem gostosa. Pouco tempo depois, vieram dois pratos muito bem servidos e muito saborosos. Comemos de passar mal, tanto que a Cris nem quis um sorvetinho para arrematar a refeição. Na hora de pagar, tentei usar a nota de U$100, mas também não aceitavam. Por sorte, tinha exatamente o preço da janta em moedas.
     Na volta para o hotel, passamos no supermercado para comprar mantimentos. Infelizmente não conseguimos pagar, pois para pagar com a nota maldita precisávamos gastar no mínimo U$30 e para pagar com cartão no mínimo U$5. Sendo assim, deixamos as compras para amanhã de manhã para podermos tomar um café da manhã com iogurte geladinho.
     Chegando no hotel, tentamos pagar mais uma vez, mas novamente a senhora disse que não aceitava a nota e que era para trocarmos no banco da cidade. Um pouco indignados com a situação, fomos descansar um pouco. Ficamos vendo televisão enquanto conversávamos. Depois de umas 2h, a Cris teve a brilhante ideia de sairmos para comprar uma melancia. Arrumamo-nos e fomos até um mercado de hortifrutigranjeiros que tem pertinho do hotel. Compramos uma melancia e quase meio quilo (uma libra – em alguns lugares eles usam a libra como medida de massa) de morango.
     Voltamos ao quarto, abrimos a melancia e nos deliciamos, pena que não estava gelada. Agora estou escrevendo enquanto a Cris vê Lei e Ordem SVU. Daqui a pouco tomaremos mais banhos para amenizar o forte calor e depois iremos dormir. Estamos tranquilos em relação ao trajeto de amanhã, pois serão uns 35Km e sem muitas subidas.
     Obs.: Não entendemos porque usam/existem/permitem notas de U$100 no Equador, pois em inúmeros locais não são aceitas. Até o serviço de controle de acesso a Galápagos (órgão do governo situado no aeroporto de Guayaquil) não aceita!
Gastos:
- Hotel: R$20,88 - Almoço: R$4,50 - Coco gelado: R$1,26 - Frutas: R$4,05 - Água: R$1,80 - Janta: R$11,70
Estatísticas
- Distância: 71,26Km - Tempo: 4h22min15” - Média: 16,1Km/h
Condições da estrada
- Excelentes, com um largo acostamento e um asfalto bem conservado.

Um comentário:

  1. hehehe... Acho que vocês deveriam manter essa nota de U$100.00 até o fim da viagem... hehehe

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