terça-feira, 30 de agosto de 2011

278° Dia – Parque Tayrona – Palomino – 21/08/2011 – Domingo


     Acordamos um pouco mais tarde do que queríamos e acabamos optando por pegar uma praia até o início da tarde e só depois irmos para a estrada (para tentar fugir do calor extremo). Sendo assim, tomamos nosso desayuno, pegamos o kit praia e fomos nos despedir deste incrível local.
     Ficamos aproveitando o excelente mar, o clima perfeito e a bela paisagem como inspiração para escrever os relatos atrasados. Lá pelas 12h, vimos que já estava na hora e demos nossos últimos mergulhos.
     De volta ao camping, iniciamos a rotina de arrumação para começar a pedalada. Com tudo pronto, fui dar uma calibrada nos pneus. Verifiquei os pneus da bike da Cris e quando fui encher os meus, o pneu traseiro furou. Fiquei de cara por ter rasgado o ventil justamente quando estávamos prontos para sair. Lá se foram mais 30min para arrumar tudo e ainda tive que colocar uma câmara com remendo (acabaram-se as novas e aqui é difícil achar do tamanho que usamos).
     Depois de tudo isso, saímos do parque e paramos para almoçar e comprar água. Finalmente “listos”, começamos as pedaladas rumo a Dibuja. O início foi tranquilo e com um céu nublado que deixava a temperatura bem amena. Agradecíamos por termos tido a ideia de aproveitar a praia pela manhã. Infelizmente, conforme o tempo ia passando, o céu nublado foi se transformando em nuvens de tempestade para tudo quanto era lado.
     Às 16h começou um temporal e não tínhamos onde parar. Como era só chuva (sem raios), continuamos pedalando. Depois de uns 10min, começou a cair o mundo e escutávamos muitos raios. Quando quase não enxergávamos nada a nossa frente e caíram raios muito próximos (mas MUITO mesmo!), vimos que era hora de parar. Encostamos numas “tiendas” abandonadas para esperar dar uma acalmada na chuva.
     Aproveitamos o tempo parados para comer algo. Enquanto devorávamos uma bolachinhas, um rato minúsculo entrou na varanda da tendinha para se abrigar da chuva. O coitado tremia sem parar e caminhava sem rumo, sacudindo-se todo para tirar a água. A Cris ficou com tanta pena que quase pegou o bicho no colo (mas, quando lembrou que era um rato, desistiu). O nosso companheiro acabou entrando em um buraco que dava para o interior da loja e sumiu. Nós continuávamos esperando a chuva passar.
     Após uns 10min de espera, deu uma diminuída no temporal e caímos na estrada novamente. Pedalávamos numa estrada encharcada e com trechos completamente inundados. Depois de uns 30min “nadando”, a chuva forte voltou e tivemos que dar mais uma parada. Desta vez nos protegemos na varanda de uma fazenda.
     Foram mais uns 30min de espera até diminuir a intensidade da tormenta. Não tínhamos escolha, pois o tempo estava se esgotando e começaria a escurecer em breve, sendo que ainda tínhamos bastante para pedalar. Assim que retornamos ao selim, a chuva finalmente parou e o céu abriu um pouco.
     Nesta parte da estrada tínhamos uma bela vista das montanhas que deixamos para trás e do vasto oceano ao nosso lado. Infelizmente, como sempre tem algo para estragar, o pneu traseiro da bike da Cris começou a esvaziar. Paramos, enchemos e torcemos para aguentar até chegarmos em Dibuja.
     Continuamos o nosso caminho e, quando passamos por um trecho em obras, aproveitei para me informar quanto faltava até a cidade. Levei um susto quando o operário me disse que ainda tinha 1h de carro. Já era 18h, a noite estava caindo, o pneu da Cris esvaziando e o meu farol quase descarregado. Para a nossa salvação, ele disse que tinha o povoado de Palomino a uns 30min e que teria onde pernoitarmos lá.
     Um pouco menos preocupados, aumentamos o ritmo para chegarmos o quanto antes. Às 18h30min, avistamos algumas luzes no horizonte e deduzimos que era Palomino. Paramos no primeiro restaurante (se é que podemos chamar assim) e perguntamos se havia onde passarmos a noite. A atendente nos disse que tinha uma hospedaje do outro lado da estrada, na próxima esquina. Fomos até lá e, apesar de termos achado estranho estar tudo escuro, batemos palma e chamamos alguém para nos atender.
     De repente, um vulto começou a se aproximar. Quando chegou na claridade, vimos que estávamos no hostel do Bob Marley. O cara tinha uns dread's até os joelhos e tinha uma certa “calma” no falar e agir. Ele nos disse que estavam sem luz e sem água, mas que tinham habitacion. Como era a nossa única opção (até tinha uma outra hospedaje entrando na cidade, mas o pessoal disse que não era boa), ficamos lá mesmo. Instalamo-nos e saímos para comer antes que fechasse o boteco.
     Chegando no “restaurante”, a Cris pediu uma carne assada e peguei dois bolos de batata (gigantes), uma arepa e uma empanada. Tudo foi calientado na grelha, em cima de folhas de bananeira. Comemos bem e ainda pegamos uma arepa para levar. Na volta ao hostel, passamos num mercadinho para comprarmos uma bolsa de água mineral para podermos tomar banho, pois a única água que tinha no hostel era a acumulada pela chuva.
     De volta à toca do Bob, tomamos banho de bolsa a luz de vela e começamos a arrumar tudo para dormir. Como a situação era crítica, tivemos que montar a barraca em cima da cama para termos um mínimo de higiene. No meio da noite, voltou a energia elétrica e aproveitamos para colocar o farol para carregar e voltamos para a cama.
Gastos
- Hostel: R$24,00 - Janta: R$14,00 - Almoço: R$10,00 - Mercado: R$8,00
Estatísticas
- Distância: 50,62Km - Tempo: 3h06min32” - Média: 16,3Km/h
Condições da estrada
- Muito boas.

Um comentário:

  1. hehehe... Pousada do Bob...
    E aposto que a Cris confundiu o rato com a Capitu! Por isso queria pegar no colo... hehehe
    Beijos do Boni!

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