Ontem a noite, depois da janta, ficamos conversando um tempão com a Marcela e brincando com sua filha Francesa. A Marcela nos deu várias dicas para nossa ida ao Chile, nos tratou com muita atenção e foi extremamente carinhosa conosco, uma mãezona! Certamente é uma das pessoas diferenciadas que conhecemos na viagem. Depois de muito papo fomos dormir tarde e hoje só acordamos às 8h.
Conseguimos sair do hostel às 9h30min para dar início ao nosso passeio até Las Cuevas. Como o trajeto era de apenas 20Km, decidimos aproveitar o tempo para conhecer a “Puente del Inca” e o Parque Aconcágua. A Puente del Inca é uma ponte natural de rochas desenhadas pela água que verte de dentro dela, muito lindo. A Marcela nos contou que antigamente as pessoas se banhavam em suas termas, mas houve um desabamento e a ponte foi interditada. Hoje só se pode “mirar”, e comprar alguns “regalos” ali. Tiramos algumas fotos e seguimos para o Aconcágua.
Quando chegamos no Aconcágua (10h38min) começou um vento contra fortíssimo. Já previmos o que viria depois! O ingresso para o parque é bem acessível (10 pesos argentinos) e a estrutura é muito boa: organizado e seguro, mas a vista não é muito diferente da que se tem da estrada. Existem guardas parque que fazem a segurança do local e a remoção das pessoas que passam mal devido à altitude. Segundo a Marcela é comum retirarem pessoas com embolia pulmonar e/ou cerebral. Por isso, lá vão as dicas para quem pretende conhecer os Andes:
- venha com tempo para aproveitar o passeio, pois é bom ficar uns dias em Uspallata, Los Penitentes ou Puente del Inca para se adaptar;
- beba muita água ou Gatorade de maçã (pelo menos uns 4 litros por dia);
- alimente-se bem antes dos passeios para não ter queda de pressão;
- evite ir sozinho, caso isso seja inevitável, procure um guia ou ande perto de grupo;
- caso se sinta mal, pare e chame alguém.
A maioria das dicas recebemos dos nativos, dos guardas parque ou aprendemos na marra!
Saindo do parque o Moacir começou a me rebocar, visto que só hoje comecei a me sentir bem mesmo, e ainda estou bem fraca. Pedalamos muito devagar porque o vento estava extremamente forte, nos empurrava para trás e, nas curvas, nos jogava de um lado para o outro da estrada. Em certos pontos preferimos empurrar as bikes porque as curvas eram muito fechadas, sem acostamento e o vento nos jogava para cima dos carros.
Além disso, comecei a sentir a altitude: fiquei tonta e enjoada e cheguei a perder o controle da sustentação da minha cabeça. Sério, parecia que a minha cabeça estava flutuando em cima do meu pescoço – muito doido! Por esses motivos, tivemos que parar muitas vezes e demoramos muito à chegar (3h para fazer 10Km!). Para fechar com chave de ouro passamos por um túnel de 1Km, muito escuro, até chegarmos em Las Cuevas! Apavorados, nos deparamos com um amor de cidade: cheia de construções estilo “faroeste” e com um arco no topo do morro onde a cidade acaba.
Encontramos o único hostel e nos instalamos (justamente no arco). Depois do banho fomos comprar mais água e pão e pudemos perceber o que é o frio dos Andes. A sensação térmica estava de, no máximo, 5°C e o vento cortava nossos rostos. Voltamos bem rápido para o hostel e fomos dormir para nos aquecermos! Quando acordamos, só tivemos ânimo de comer alguma coisa e voltar para a cama para dormir de vez!
Gastos:
- Hostel: R$63,70 - Parque Aconcágua: R$9,10 - Compras: R$11,40
Estatísticas:
- Distância: 24,94Km - Tempo: 2h47min51’ - Média: 8,91Km/h
Condições da estrada:
- Razoáveis, com alguns locais muito perigosos.
Muito legal seu relato, tenho muita vontade de um dia pedalar nesta região.
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