Acordamos às 5h da madrugada para nos prepararmos para pegar o ônibus das 6h55min rumo à San Pedro de Atacama. Estávamos muito cansados, visto que o dia de ontem foi cheio de atividades e acabamos dormindo tarde. Montamos as bikes e saímos na direção da rodoviária. Era noite e não sabíamos exatamente o caminho. Depois de pedalar uns 5Km, paramos em um posto para perguntar e o frentista nos indicou que pedalássemos mais uns 800m. Estramos ter que pedalar tanto, pois não nos lembrávamos de perder todo este tempo na chegada. Decidimos parar e perguntar novamente, felizmente encontramos um ciclista que nos levou até o local (800m antes de onde estávamos). Indignados com o frentista, mas felizes por encontrar o caminho, chegamos à rodoviária e nos dirigimos imediatamente ao guichê de passagens.
O Moacir perguntou para a atendente se era possível levar bicicletas no ônibus, enquanto ela respondia negativamente para ele, o motorista interrompeu e disse que não haveria problema, mas que teríamos que pagar carga extra (leia-se propina - o que nesse momento não nos incomodava, sendo que só queríamos mesmo era embarcar). Desequipamos as bikes e entramos no ônibus.
A viagem durou 4h. Na maior parte do tempo vimos filmes e dormimos, pois a paisagem não variava muito. Quando estávamos a uns 5Km da cidade, fomos surpreendidos por um cenário completamente diferente de tudo que havíamos visto até então no Chile. Os cerros deixam de ser arredondados e dão espaço para montanhas cheias de pontas e ranhuras, o deserto se mistura com verdadeiros oásis e áreas de salar (terreno coberto por sal) e a temperatura aumenta consideravelmente (aproximadamente 35º no sol). Ficamos encantados com tanta beleza.
Descemos do ônibus e tratamos de encontra a sede da Hosteling International para procuramos estadia. Ao chegarmos no hostel, fomos informados que este estava lotado, sendo assim, pedimos indicação de algum outro local. A recepcionista nos indicou o hostel Florida, um local simples mas bonitinho e barato, nos dirigimos para ele e nos instalamos.
Estávamos exaustos, mas a empolgação com o cenário novo que se abria à nossa frente nos motivou a passear pelo povoado e, em seguida, partir para um passeio rumo à Laguna Cejar (pedalando, óbvio). Segundo informações dos guias, esta laguna é sete vezes mais salgada que o mar. Devido a isso, a imersão se torna impossível, ou seja, mesmo querendo afundar, a água te empurra para cima. Tínhamos que ver isso, portanto, pegamos informações com uns locais e fomos para a estrada.
O caminho não era tão simples como haviam nos informado, depois de 28Km pedalados na estrada, nos deparamos com um trecho de aproximadamente 5Km de chão batido, seguido de 2Km de areia solta, resumindo, tivemos que descer e “arrastar” as bikes. Depois de uma hora e meia de cansaço, brigas e estresse, chegamos à famosa laguna. Pagamos as entradas do parque e nos dirigimos à laguna. O solo ao redor da mesma era muito duro e cheio de pontas duras, uma mistura de sal e areia que deixava o terreno ainda mais exótico.
O Moacir entrou e percebeu que a saída da água seria muito difícil, pois a borda da laguna era coberta por mínimos cristais de sal que pareciam lâminas de cristal. Mesmo assim eu entrei, não antes de deixar o meu vestido na borda da laguna para que pudéssemos subir sem nos machucarmos muito.
A água era quente embaixo e fresquinha em cima. Ficávamos em pé e nossos pés ficavam incrivelmente quentes, mas parecia que a água não se misturava. Depois de boiarmos por uns 15min, decidimos sair, pois já estava anoitecendo. Mesmo com o vestido embaixo, cortamos nossas mãos e pés durante a saída. Nos vestimos e fomos tomar uma ducha, pois nossos corpos estavam brancos de tanto sal.
Ao nos aproximarmos do quiosque da administração, avistamos uma outra laguna ao lado da que havíamos entrado. Segundos depois, o guarda-parque correu ao nosso encontro e perguntou se havíamos nos banhado na laguna em que entramos. Respondemos positivamente e perguntamos se havia outro meio de sair da mesma. Ele nos respondeu que haviam duas lagunas: uma própria para banho e outra imprópria, e que havíamos entrado na imprópria. E ainda, que esta era imprópria justamente por conter cristais de sal que cortavam a pele. Depois de já ter entrado na laguna, só nos restava rir da situação e lavar bem os cortes.
Assim que nos duchamos, lembramos do triste caminho que teríamos que percorrer até o hostel. E o pior, a noite seria a nossa companheira! Foi aí que o Moacir resolveu usar toda a sua cara-de-pau e pedir carona para o guarda-parque até a estrada. Enquanto ele via se podia nos liberar a carona, fomos conhecer a laguna própria para banho e ficamos felizes por ter entrado na outra, pois esta era rasa e um pouco suja.
Assim que voltamos, o guarda-parque nos chamou para colocarmos as bikes (e os nossos corpos) na caçamba da camionete. Nos levaram até 7Km antes da entrada da cidade, agradecemos muito e nos despedimos. Chegamos exaustos no hostel, tomamos banho, entramos no msn para darmos notícias e comemos uma pizza com vinho. Agora estamos indo dormir, pois o cansaço já nos venceu e amanhã tem mais!
Gastos:
- Hostel: R$64,00 - Entrada Laguna Cejar: R$16,00 - Pizza: R$22,00 - Ônibus: R$76,80 - Excesso bagagem: R$24,00 - Almoço: R$29,50 - Café na rodoviária: R$3,60
Meu Deusssss... e eu aqui sem poder puxar as orelhas... Se cuidem!!!!!!
ResponderExcluirMoacir, antes de entrar tem que saber onde estão entrando... é o mínimo que devem fazer... aiaiaiaiaiaiaiaiai
Sorte que Deus protege os inocentes... Bjão meus medonhos...