segunda-feira, 23 de maio de 2011

178° Dia – Galápagos (Isabela) – 13/05/2011 – Sexta-feira


    Acordamos às 6h para tomarmos nosso café da manhã e já partirmos para conhecer os vulcões Sierra Negra e Chico. A saída teve que ser tão “temprana” para dar tempo de fazermos um snorkel após a visita aos vulcões. O caminho de ônibus durou uns 40min até o início da trilha que levava até a cratera dos vulcões. Desembarcamos aproximadamente às 7h30min, a neblina tomava conta da paisagem, a temperatura era baixa (uns 15°C) e uma chuvinha fina e gelada se fazia presente. Enquanto todos estavam com os seus casacos e anoraks, o Moacir estava sem camisa e eu, escondendo-me da chuva dentro da camiseta dele.
     Começamos a trilha em uma subida intensa e resbalosa. Poucos minutos depois, todos já estavam entrando no ritmo de verão do Moacir e tirando os casacos. Apesar do longo percurso, o caminho foi agradável: a neblina dava uma sensação refrescante ao calor derivado de tanto esforço. Assim que chegamos no topo do vulcão Serra Negra, percebemos que a neblina cobria toda a sua cratera e que não conseguiríamos enxergar nada. Um pouco decepcionados, seguimos caminho a fim de tentar ver alguma coisa no vulcão Chico.
Caminhamos cerca de meia-hora até que o guia parou o grupo para mostrar que a neblina estava esparsando e que a cratera já estava visível. Nos aproximamos do cume do vulcão e vimos uma enorme área escura, cheia de rachaduras e muito profunda. Foi impressionante ver o tamanho daquele vulcão, ficávamos imaginando como seria aquele colosso em atividade. Agora entendemos porque o Vulcão Serra Negra é considerado o vulcão em atividade com maior cratera do mundo (2° se considerarmos os inativos). Sua cratera possui 10Km de diâmetro, de um lado da cratera é quase impossível definir onde se localiza o outro lado. Tentamos tirar várias fotos da circunferência total da cratera, entretanto, nossas tentativas foram em vão. O mais interessante é que, olhando de cima, parecia que a lava já estava totalmente rígida, mas, segundo o Wilson, um estudante de Quito morreu em uma investigação sobre o terreno vulcânico ao cair em uma das câmaras subterrâneas da cratera.
     Com um pouquinho de frio na barriga a cada pisada, seguimos caminho até o vulcão Chico. O Wilson pediu para todos tomarem cuidado no restante do trajeto pois haviam muitas pedras soltas e o risco de quedas aumentava. Além disso, avisou o Moacir que ele deveria colocar o tênis a partir deste momento. Quando o Moacir disse pra ele que não tinha levado nenhum tênis e que iria fazer o percurso de havaianas ou de pés descalços, ele ficou horrorizado e não parou de comentar este assunto com os demais integrantes do grupo.
     Durante o caminho, o terreno foi tomando formas muito interessantes. As rochas pareciam que estavam aeradas, em vez de terra, havia muito pó preto e minúsculas pedras que faziam barulho de vidro estilhaçado enquanto caminhávamos por cima. Além disso, vimos os famosos túneis de lava que são canais de lava petrificados, totalmente ocos por dentro. O Wilson nos explicou que a lava ia petrificando de fora para dentro, e que a parte de dentro seguia escorrendo, de maneira que os tubos acabavam ficando ocos no seu interior. Jamais pude imaginar que a lava poderia formar túneis tão grandes, não é a toa que uma erupção vulcânica foi capaz de extinguir toda uma espécie de tartarugas terrestres de uma das ilhas de Galápagos.
    Chegando no Vulcão Chico, subimos até o seu topo e vimos uma pequena cratera. A vegetação já cobria grande parte do seu interior e no seu cume, podíamos ver pedras com diferentes tipos de minerais resultantes da última erupção. Além disso, do alto do vulcão conseguíamos ter uma vista de 180° da ilha, era muito bonito. Ficamos descansando e viajando um pouco sobre as forças da natureza, a beleza daquele local e o quão abençoados somos por poder vivenciar essas experiências.
     O guia despertou todos de suas divagações e iniciou a trilha de retorno, pois ainda teríamos duas horas e meia de caminhada até pegarmos o ônibus e irmos almoçar. Não sei se estávamos cansados ou com fome, mas o retorno pareceu muito mais demorado que a ida. Quando chegamos no ônibus, só pensávamos em ir almoçar. No caminho até o restaurante, o Wilson parou para nos mostrar alguns pássaros endêmicos (que só existem na ilha). Chegando na fazenda onde iríamos almoçar, passamos por um belo gramado e avistamos as mesas onde iríamos comer. O local era muito agradável, eles aproveitaram uma árvore enorme do terreno para construir uma ilha com bar e várias mesas ao redor. Para melhorar, serviram um buffet e um suco natural maravilhosos. Como hoje só pegaríamos um táxi aquático de, aproximadamente, cinco minutos, comemos muito!
     Após o almoço, ainda experimentamos um café orgânico e uma cachaça local. O café parecia mais doce que o café brasileiro e a cachaça era bem mais leve que as nossas, nem sentimos a garganta arder. Enquanto apreciávamos as bebidas, surgiu uma ampla discussão na mesa sobre as bebidas brasileiras, todos (alemães, ingleses, suíços, noruegueses, franceses) perguntando sobre as nossas famosas caipirinhas e licores de cana. Depois de muito bate-papo, voltamos para o ônibus e nos dirigimos para o hotel para pegarmos as roupas e os equipamentos de snorkel. Depois disso, fomos para o pier e pegamos os táxis marítimos. Os “táxis” fizeram um tour pela baía de Isabela, onde pudemos observar mais de perto os Blue Footies (pássaros endêmicos que possuem as patas azuis) e nos deixaram em uma pequena ilha em frente ao porto. O guia perguntou se queríamos descer na ilha para ver iguanas terrestres, eu e o Moacir dissemos que não (já estávamos ansiosos pois estava escurecendo e não daria tempo para mergulhar), mas o grupo disse que sim e tivemos que descer. As iguanas eram as mesmas que já havíamos visto em diversos lugares, e isso nos frustrou um pouco. A única parte divertida foi quando vimos um polvo nadando em um canal de água do mar que passa pelo meio da ilha.
     Depois do tour em torno da ilha, finalmente fomos mergulhar. Assim que caímos na água nos decepcionamos, haviam pouquíssimos peixes e nenhum coral ou outros animais. Acho que o guia também ficou decepcionado e convidou o grupo para mergulhar do outro lado da ilha, onde o mar era um pouco mais aberto e onde haviam rochas. Deste outro lado foi muito bom o snorkel, vimos peixes completamente diferentes do que já havíamos visto, de variadas cores e formas, além disso, vimos raias águias, tartarugas e túnel de corais onde vimos ouriços, vegetação marinha e vários cardumes. Foi lindo nadar neste ambiente tão diversificado.
No caminho de volta ao hotel, nos demos conta que estávamos exaustos do longo dia. O guia combinou um horário de janta e achamos melhor nos encontrarmos com ele direto no restaurante para podermos descansar mais. Tomamos banho e ficamos deitados por alguns minutos, em seguida nos preparamos e fomos jantar. Comemos no mesmo restaurante de ontem. A comida estava boa e a sobremesa era um pouco melhor. Como só pensávamos em descansar, jantamos e voltamos para o hotel. Já estamos começando a sentir os efeitos físicos dessa maratona por Galápagos, o jeito é dormir o mais cedo possível para recuperarmos o corpo para o próximo tour.
Gastos:
- Zero! Todos os nossos gastos com hotel e refeições estavam incluídos no pacote turístico.

Um comentário:

  1. Consegui me atualizar depois de muito tempo sem ler... em 3 dias umas 50 leituras!!! Continua muito interessante!!! Parabéns...

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