sexta-feira, 5 de agosto de 2011

254° Dia – Monteria – San Antero – 28/07/2011 – Quinta-feira


     Hoje acordamos cedo e tomamos o nosso café da manhã. Após o desayuno, eu fiquei com muita dor de barriga e me deitei um pouco para ver se melhorava. O Moacir terminou de arrumar as suas coisas e deitou ao meu lado para ver como eu estava. Depois de 1h deitada, comecei a me sentir melhor e decidi continuar a preparação para a pedalada.
     Devido aos atrasos, acabamos saindo do hotel às 11h. A saída da cidade foi tranquila, não havia muito movimento e a sombra das árvores davam uma agradável sensação de frescor. Para a nossa felicidade, as árvores nos acompanharam até a metade do caminho. A estrada foi perfeita até a bifurcação que separava o caminho para Cartagena do para o litoral oeste. Acabamos pegando a estrada em pior estado, o acostamento desapareceu e, em troca, os desníveis e os buracos surgiram. As únicas vantagens desta estrada são a inexistência de caminhões e a maior proximidade das praias.
     Pedalamos por um terreno plano cerca de 50Km, a maior parte do tempo o Moacir me puxou para que acelerássemos o ritmo e chegássemos logo no litoral. Fizemos a nossa primeira parada numa banquinha que vendia cocos. Pedimos dois cocos gelados e, enquanto comíamos e bebíamos, aproveitamos para pegarmos algumas dicas de praias com o vendedor.
     Assim que seguimos a pedalada, começou o sobe e desce. E, para melhorar, o calor tornou-se ainda mais insuportável: pela ausência de árvores neste trecho e pela zona alagadiças que geram uma incrível umidade no ar. Seguimos o nosso caminho até a entrada de San Antero. Paramos no início da cidade e perguntamos para um policial se a praia estava perto. Ele nos disse que estava “cerquita” e que teríamos que pedalar uns 2 ou 3Km.
Finalmente CARIBE!!!
     Pegamos o caminho que o policial havia nos indicado e, após os 3Km, começou uma estrada de chão batido. Paramos em frente de uma casa e perguntamos se o caminho estava certo. Os moradores nos disseram que sim e nos avisaram que tinha uma estrada asfaltada no topo do morro que havíamos acabado de descer. A preguiça foi maior e resolvemos andar pelo chão batido mesmo. Depois de mais 2Km naquelas condições, chegamos à beira da praia.
     Como é baixa estação, a maioria das casas e das pousadas estavam fechadas. Paramos no único hotel movimentado e, para a nossa surpresa, este estava lotado. Felizmente, havia um casal de vendedores ambulantes na frente do hotel que nos indicou um local que alugava cabañas. Pedalamos pela beira da praia mesmo até chegarmos ao sítio indicado. Como estava tudo fechado, falamos com alguns vizinhos que nos apresentaram ao responsável.
Nossa humilde residência ao fundo.
     Ficamos impressionados com a cabaña, pois, em realidade, era uma casa enorme na beira da praia. Quando vi a casa, pensei que iríamos ter que deixar os olhos e os rins lá para podermos ficar. Entretanto, o Moacir conversou com eles e acabamos ficando R$30,00 (para os dois!).
     Assim que nos instalamos, colocamos as roupas de banho e corremos para o mar. O sol estava se pondo e a água estava morna, uma delícia. Não poderíamos pedir mais nada para aquele momento. Demos o nosso primeiro mergulho no mar caribenho e ficamos submergidos até começarmos a murchar. Como é bom ter o oceano próximo depois de dois meses de pura montanha!
     Após 1h de diversão, me queimei com uma agua mala (água viva) e disse para o Moacir que iria sair do mar. Ele disse que só iria nadar um pouco e já sairia também. Sendo assim, resolvi esperá-lo na água, pois a queimadura era pequena e não estava mais doendo.
     Dois minutos depois, ele levanta do mar e diz que havia sido queimado. Achei que ele estava debochando de mim e nem dei bola. Assim que ele se aproximou, vi que não estava brincando: estava com todo o abdômen e parte do braço e da perna queimados. Corremos para a casa e, enquanto ele entrava no banho (de canequinha, pois não tinha água no chuveiro), eu pegava um anti-histamínico. Felizmente, após o banho, ele já se sentia melhor.
     Passado o susto, saímos para jantar. Assustamo-nos ao ver que todos os bares estavam fechados. Paramos na frente de um, onde uma senhora fazia palavras cruzadas e perguntamos se havia comida. Ela se compadeceu de nós e mandou esperarmos até ela cozinhar. Quando a comida ficou pronta, ela nos chamou para disfrutarmos a maravilhosa bandeja. Agradecemos a boa vontade da senhora e comemos até o último grão de arroz. Enquanto comíamos, uma manada passou perseguindo um porco. Se não tivéssemos passado pelo episódio da água mala, essa teria sido a cena mais bizarra do dia. Satisfeitos com o jantar, voltamos à cabaña.
     Como o quarto possui excelente estrutura, com ar condicionado, bom colchão e excelentes sabanas, chegamos e deitamos. O sono foi ficando cada vez mais forte. Antes de capotarmos, levantamos e fomos nos escovar. Depois disso, eu não lembro de mais nada.
Gastos
- Quarto: R$30,00 - Coco gelado: R$2,00 - Janta: R$18,00
Estatística
- Distância: 85,1Km - Tempo: 4h42min35” - Média: 17,9Km/h
Condições da estrada
- Boas, mas com acostamento estreito.

Um comentário:

  1. Valeu a pena o sacrifício ehm? Pena as águas vivas, estragaram a beleza do mar.Outra coisa: pagar R$ 18,00 por uma jantinha feita na hora, que mamata ehm? eheheheheh, beijos, amo muito!!!!

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