terça-feira, 22 de novembro de 2011

346° Dia – Manaus – 28/10/2011 – Sexta-feira

     Acordei cedo para sair e comprar uma sacola para colocarmos todas as nossas miudezas e, principalmente, para ir numa lan house para divulgar o furto da nossa bike no grupo Pedala Manaus. Infelizmente, não consegui postar no grupo, mas adicionei o Thiago (um dos organizadores que me deu uma baita força). Saindo da lan house, passei numa lojinha e comprei uma sacola bem no estilo sacoleiro e voltei para o hostel.
     Tomamos o nosso café da manhã, descansamos um pouco e já saímos para, mais uma vez, ir na lan house. Desta vez, tivemos mais sorte e conseguimos entrar no grupo e divulgar o fato (esperamos que dê algum resultado). Além disso, aproveitamos para agendar algumas postagens nos blogs, pois a partir de amanhã ficaremos dois dias sem acesso à internet (31h de viagem de barco de Manaus a Santarém). Após resolvermos estes “problemas”, pegamos um açaí e um salgado e voltamos ao hostel.
     Assim que chegamos, demos uma deitadinha de uns 20min para descansarmos um pouco. Eu continuava podre e ainda tinha que soldar o cabo de aço e ir até a “A Ciclista” para falar com Yuri. Sendo assim, a Cris se prontificou em fazer o almoço enquanto eu dava mais uma descansada.
     Às 16h ela me acordou e descemos para comer. O almoço estava farto e tinha até uma jarra bem gelada de suco de maracujá. Tudo uma delícia! De estômago cheio, lá fui eu correr atrás das coisas.
     Peguei a bike e fui em direção a loja “A Ciclista”. No meio do caminho comecei a perceber que a zona era cheia de oficinas. Sendo assim, parei e perguntei a um senhor se ele sabia onde tinha solda para ferro. Depois de alguns instantes pensando, ele me recomendou uma oficina nos fundos de um terreno baldio. Olhei para o local e preferi buscar outra opção após passar na loja de bike. Chegando na “A Ciclista”, recebi a notícia de que o Yuri já havia saído e só retornaria amanhã. Para não perder a viagem, perguntei se alguém sabia onde tinha solda para ferro, mas a resposta foi negativa. Um pouco desolado, decidi arriscar e ir no local indicado pelo senhor (afinal de contas só seria menos outra bike).
     Chegando na oficina indicada, vi que, na verdade, não era um terreno baldio, mas sim um terreno com várias oficinas. Fui passando uma a uma até chegar na que fazia solda (a última). Lá, me indicaram falar com o Carioca. Depois de perguntar um pouco, encontrei o tal “Carioca”. Ele perguntou o que eu queria e expliquei para ele qual era o serviço. Ele disse que faria, mas que o mais indicado seria uma solda elétrica para não derreter a capa do cabo de aço. Um pouco cansado de procurar, disse que faria com ele mesmo. Sendo assim, ele começou a preparar os equipamentos. Enquanto isso, ficamos conversando e a expedição chamou a atenção de todos ao redor. Todos os presentes eram pessoas bem simples e se solidarizaram com a nossa situação. O Carioca fez um excelente trabalho e, mesmo eu insistindo, não aceitou o pagamento, dizendo que muita gente havia ajudado ele na sua viagem de moto do RJ à Natal. Fiquei realmente comovido com a atitude dele.
      Quando já estava quase saindo, chegou o Sérgio (dono de uma outra oficina). Ele também se interessou pela nossa viagem e disse que tinha uma bike que poderia nos dar. Falei para ele que não precisava, mas ele insistiu para eu ver a bike. Para a minha surpresa, a bike serviria para a Cris. Ele continuou insistindo para eu levar a bicicleta. Desta forma, acertei com ele que amanhã pela manhã passaria para pegá-la. Após a despedida, voltei para o hostel com uma certa felicidade em conhecer pessoas assim e aprender tanto com elas.
     Logo que cheguei, saímos para irmos no supermercado para comprarmos mantimentos para a viagem. No caminho até o super, combinamos que compraríamos um presente para o pessoal da oficina, só não sabíamos o que. Quando chegamos no super, vimos que estava lotado e optamos por a Cris ir às compras enquanto eu ficava na fila. Ela comprou tudo e chegou no caixa bem na hora que era a nossa vez. Enquanto passávamos os produtos, vi que ela havia escolhido um kit churrasco para o presente (perfeito!). Pagamos, embrulhamos o presente e voltamos ao hostel.
      Largamos tudo no quarto e já saímos para irmos na lan house ver se havia dado algum fruto a nossa publicação. Enquanto a Cris via isso, fui ligar para o Yuri para ver se teria como eu pegar algum material la na “A Ciclista” amanhã. Consegui falar com ele e acertei tudo, mas pena que ainda não conseguimos notícias da bike pelo facebook.
      Após o trabalho vem a recompensa. Na saída do cyber, paramos num barzinho e pegamos dois xis com uma cerveja Glacial bem gelada. Os barzinhos da Praça da Saudade são meio estranhos, pois as mesas são, literalmente, no meio da rua (bem no canteiro que separa as duas pistas). Após comermos, voltamos ao hostel, pois já era 22h e amanhã teremos que acordar cedo.
      Assim que colocamos os pés no hostel, vimos que a decoração para a festa de Halloween já estava pronta e o pessoal já havia aberto os trabalhos. Antes de subirmos para os nossos quartos, a Dani nos ofereceu uma vaca atolada (meio que um caldinho de costela com aipim) deliciosa e nos disse para descermos mais tarde. Agradecemos o convite e subimos.
      Fui direto tomar banho e dormir. Combinamos de acordar a meia-noite para darmos uma passada na festa. Neste intervalo a Cris ficou matando o tempo jogando Guitar Hero no celular. Conforme o combinado, a Cris tentou me acordar, mas não obteve sucesso. Sendo assim, se rendeu e se deitou ao meu lado. Fui acordar só às 2h30min e o silêncio era total. Desta maneira, desci para ver se tinham guardado a bike. Cheguei bem na hora em que a Dani estava fechando tudo e aproveitei para colocar a bike para dentro. Desculpei-me por não termos descido para a festa e expliquei que estávamos exaustos. Em seguida, subi e caí no sono novamente.
Gastos
- Supermercado: R$63,00 - Açaí: R$6,00 - Janta: R$13,00 - Internet: R$7,75 - Sacola: R$7,00

2 comentários:

  1. O Brasil apesar de toda merda que tem, de todos os sem vergonhas que cultiva é um país maravilhoso porque é formado por pessoas como essas, de princípios e de atitudes. É dos locais mais inóspitos que chegam as melhores surpresas, é um garçom campeão do mundo do UFC, é um catador de lixo campeão de maratona, é uma faxineira campeã de fisiculturismo e são os mais ricos que mais desapontam e roubam!!!

    Parabéns povo brasileiro guerreiro...Tem muita gente roubando pouco para não passar fomo. pois tem muitos roubando muito para guardar e dizer que são ricos...

    Força e ótimas pedaladas!!!

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  2. Pois é Pablo, vemos coisas que, cada vez mais, nos mostram que o que interessa é o que somos e não o que temos!
    E muito obrigado pelos comentários que têm contribuído muito nas nossas reflexões sobre a viagem!
    Abração,
    Moacir e Cris

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