sexta-feira, 8 de abril de 2011

139° Dia – Huaraz – 04/04/2011 – Segunda-feira

     Acordamos às 7h, tomamos nosso café da manhã, pegamos as roupas sujas e molhadas de ontem e fomos direto para a lavanderia. Para nossa sorte, já estava aberta, deixamos mais estas roupas para lavar e combinamos de pegar todas na volta do passeio. Saindo da lavanderia, nos dirigimos para a empresa de turismo e já embarcamos na van para começarmos o tour à montanha Pastoruri.
     Saímos da cidade pelo acesso Sul e nossa primeira parada foi num restaurantezinho para tomar um chá de coca (pois subiremos até 5.300m de altitude) e escolher o cardápio para o almoço. Voltamos para a van e prosseguimos viagem. Em poucos minutos já estávamos na entrada do Parque Nacional Huascaran.
     Entramos no parque e começamos a admirar a beleza do local. Paramos numa fonte de água gaseificada que brotava do chão no meio das rochas e vegetação rasteira. Provamos a água e pudemos sentir que o sabor é similar, mas um pouco mais suave (a Cris achou com gosto de ferrugem), ao que o da água mineral com gás que compramos no supermercado. Seguimos com o tour e chegamos numa área cheia de Puyas Raimondi.
     Esta flor é muito singular, pois atinge de 8m a 14m de altura, vive cerca de 60 anos e floresce uma única vez na vida, produzindo 8 milhões de semente. A Puya Raimondi somente sobrevive em altitudes de 3.500m a 4.500m de altitude e necessita de um solo rico em calcário para que consiga se desenvolver. Tiramos algumas fotos com esta fascinante planta e voltamos para a van, pois a ansiedade para ver neve estava grande!
     Continuamos subindo a montanha até chegar na base da trilha. Tínhamos levado muitas roupas quentes, pois haviam nos dito que era extremamente frio. Ao desembarcar da van vimos que não era tão frio assim e fomos com uma camiseta de bike de manga longa da Technogel (extremamente confortável e bem quentinha) e levamos um casaco. Começamos a caminhada de 1.800m de subida constante. Cada passo era uma vitória, pois o ar parecia não entrar nos pulmões. Fomos obrigados a fazer algumas paradas durante o trajeto para que conseguíssemos normalizar a respiração. Cada vez mais nos aproximávamos do cume nevado e ficávamos impressionados com a beleza do local. Depois de 40min de caminhada, tocamos na neve!
     Ficamos meia hora brincando feito crianças e tirando muitas fotos na neve com os nossos novos amigos Rafael e Renata (um casal de paulistas que conhecemos durante o tour). Fizemos até boneco de neve! Tinha até uma mini caverna de gelo que sustentava todo aquele morro de neve a nossa frente. A diversão estava tão grande que nem deu tempo de sentirmos frio, só percebemos que as mãos estavam geladas quando o guia chamou para voltarmos para o ônibus.
     Assim que entramos no ônibus a Cris começou a sentir uma forte dor de cabeça. O guia avisou que era normal e que logo passaria, dessa maneira, ela deitou no meu colo para tentar relaxar um pouco. Infelizmente, durante a descida até os 3.000m ela foi piorando e passou muito mal. O pessoal do ônibus foi muito gentil e ofereceu um acento perto da janela, álcool para ela cheirar, pastilhas para enjoo e remédio para o “soroto” (o mal de altitude). Quando o ônibus parou para almoçarmos ela começou a se sentir melhor, mas não conseguiu comer nada.
     Saímos do restaurante e nos dirigimos de volta à Huaraz. O caminho foi mais tranquilo (asfaltado e com menos curvas) e a Cris melhorou de vez. Chegando na cidade, fomos pegar nossas roupas na lavanderia, comprar o nosso café da manhã de amanhã e retornamos para o hotel. A Cris foi deitar um pouco e fui atualizar o blog e ver as novidades na internet.
     Quando voltei para o quarto, acordei a Cris e vi que ela já estava recuperada, mas sem muito ânimo para sair para comer. Sendo assim, fui buscar uma pizza para jantarmos. Na pizzaria, estava conversando com o atendente sobre a nossa expedição quando um americano veio me dizer que tinha passado na estrada ao norte de Huaraz por um casal de cicloturistas brasileiros (Antonio Olinto e sua esposa). Conversamos um pouco sobre a expedição dele (saiu do Canadá e vai até São Paulo de moto) e a nossa. Quando a pizza ficou pronta, retornei para o hotel para jantarmos.
     Comemos e agora estamos escrevendo e arrumando tudo para partirmos amanhã cedo para Casma.
Gastos:
- Hotel: R$23,35   - Passeio: R$30,00   - Entradas: R$6,67   - Mercado: R$15,60   - Almoço: R$13,00   - Mate de coca: R$0,67   - Balas de coca: R$0,67   - Janta: R$ 17,70   - Lavanderia: R$12,30

Um comentário:

  1. Muito linda enta montanha de neve,parece algodão. parabéns pelas fotos estão lindas!!!
    beijos e se cuidem.

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