sábado, 10 de setembro de 2011

281° Dia – Riohacha – Maicao – 24/08/2011 – Quarta-feira



     Hoje acordei às 5h achando que era 2h da madrugada. Quando voltei para cama para seguir dormindo, o despertador tocou. Só olhei para o Moacir e pedi meia hora mais, pois estava exausta. Ficamos nesta função de “soneca” até às 8h, como o trajeto de hoje seria longo, nos obrigamos a levantar.
     Demoramos 1h30min para arrumarmos tudo e mais meia hora para desayunarmos. Sendo assim, só conseguimos sair do hotel às 10h. O calor já estava intenso e sentimos que iríamos pagar pela preguiça.
     A saída de Riohacha foi conturbada (pois as ruas estavam completamente esburacadas), mas rápida. Em 15min, já estávamos na carretera rumo a Maicao. Surpreendentemente, esta era muito boa e com um acostamento exemplar.
     Pedalamos em boas condições e com o sol saindo e voltando todo o tempo. Imaginávamos que a vegetação seria mais árida, mas, apesar de menos densa, havia vegetação verde e abundante por todo o caminho (somente percebemos a inexistência de grandes árvores). Além disso, diversos rios e lagos mantém a região úmida, diferentemente do “deserto” que haviam nos dito que era o caminho até a fronteira. Levando em consideração a quantidade de mata que há na Colômbia, vamos aceitar que eles chamem isso de deserto, apesar de não ser.
     Durante o percurso, avistamos muitas pessoas com características indígenas e vestidas com túnicas coloridas. Pela semelhança na forma de vestir, acreditamos que seja a tribo Wayüü, que domina a região. Havíamos escutado que eles eram um pouco rudes, entretanto, a nossa impressão foi completamente diferente. Achamos que, apesar das pessoas serem um pouco reservadas, eram muito amáveis e solícitas. Em todos os pontos em que paramos haviam indivíduos dispostos a nos ajudar. Fomos super bem atendidos e, em nenhuma circunstância, nos sentimos ameaçados.
     Chegamos à conclusão de que muitas pessoas que não conhecem muito bem a região saem por ai divulgando falsas lendas e criando estes estigmas. Resumindo, se você quer conhecer a Colômbia, venha! O país possui paisagens incríveis e pessoas encantadoras. E, se você tomar cuidado (como em qualquer outro país) você não será sequestrado pelas FARC's nem terá que fugir de tribos indígenas. Aqui tem tráfico de drogas? Sim. Contrabando de combustível? Também. Mas no Brasil tem sequestro, arrastão e políticos roubando o povo há décadas e você continua aí, lendo os relatos, sem fazer nada a respeito e com medo de viajar. Será que o mundo está tão perigoso? Ou será que usamos todas estas desculpas para evitarmos mudanças na nossa cômoda vida?
     Bom, continuando o relato, às 15h chegamos em Maicao. A cidade nos pareceu pequena e com pouca estrutura sanitária (um vilarejo pós guerra). Sendo assim, optamos por nos hospedarmos em um hotelzinho na beira da estrada e aproveitarmos o resto do dia para descansar, lavar as roupas e colocar os deveres em dia.
     Em torno das 18h, começou uma forte chuva que alagou a cidade e acabou com a energia elétrica. Tivemos que esperar até às 19h30min para a luz voltar e podermos sair para jantar. Comemos em um bom restaurante na rua ao lado do hotel. O único problema foi que comemos demais. Acredito que, cada um, deve ter comido uns 400g de carne de gado.
     Agora, estamos deitados e escrevo este relato enquanto o Moacir calcula o câmbio para a nosso entrada na Venezuela. Em breve, iremos dormir, pois pretendemos acordar cedo amanhã para conseguirmos passar a fronteira antes do meio-dia e chegarmos cedo nas praias venezuelanas.
Gastos
- Hotel: R$40,00   - Janta: R$24,00   - Bebidas: R$6,50
Estatísticas
- Distância: 78,93Km   - Tempo: 4h30min17”   - Média: 17,3Km/h
Condições da estrada
- Excelentes, pois durante todo o trajeto possuía acostamento e o asfalto em perfeitas condições.

Um comentário:

  1. Putzzz... é isso mesmo, temos "medo" dos outros países, mas o nosso é um dos mais violentos e deixamos essas desculpas nos segurarem dentro de nossas incertezas e acabamos optando pelos locais já conhecidos! Boa sorte nesse novo país e continuem fortes!

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