segunda-feira, 26 de setembro de 2011

299° Dia – Chichiriviche – Caracas – 11/09/2011 – Domingo


     Acordamos às 6h, pois sabíamos que os ônibus até Valência começavam a circular às 5h e queríamos pegar um dos primeiros para que estivesse mais vazio (sendo mais provável conseguir levar as bikes sem problema). Arrumamos tudo, nos despedimos na pousada e fomos pedalando até a parada. Assim que chegamos, as preocupações começaram, pois as bikes não cabiam na bodega do ônibus. Além disso, os motoristas não aceitaram levar as bikes dentro do ônibus, mesmo a gente pagando as passagens dos lugares que iriam ocupar.
     Desta maneira, sentamos no meio fio e começamos a pensar como poderíamos fazer para resolver tudo. Como pensamos melhor de barriga cheia, a Cris foi pegar uma coisinha para desayunarmos. Ficamos uns 30min sentados com todas as nossas coisas e as bikes desmontadas ali no meio da rua. Um taxista até ofereceu o seu serviço, mas o preço era cinco vezes maior do que a passagem normal e não estávamos dispostos a gastar tanto. Finalmente a Cris teve uma excelente ideia de deixar as bikes no apart-hotel que reservamos para quando o pessoal venha nos visitar. Combinamos que eu iria até lá primeiro enquanto ela ficava cuidando das coisas que levaremos para Caracas.
     Chegando no apart-hotel, falei com o dono e ele disse que não poderia ficar responsável pelas bikes com toda aquela bagagem. Entendi que a responsabilidade era grande, agradeci a atenção e comecei a retornar. No caminho, tive a ideia de tentar deixar na pousada em que estávamos instalados. Para a nossa sorte, o pessoal era extremamente gente boa e permitiram que as nossas bikes ficassem no estacionamento. Larguei a minha bike lá e voltei até a parada de ônibus caminhando para a Cris levar a bike dela. Ela foi até a pousada, arrumou e prendeu as bikes e voltou para que, finalmente, embarcássemos para Valência.
Recepção na Plaza Bolivar
     Às 9h30min, pagamos os BsF40 (uns R$8,50) por pessoa e nos acomodamos nos nossos lugares. Descobrimos que a viagem duraria 2h e aproveitamos para dar uma “recostada”, já que tínhamos acordado cedo (praticamente em vão). No caminho, passamos por várias praias com uma boa infraestrutura, mas a água do mar nem se comparava a dos cayos de Chichiriviche. A viagem passou rápido e quando percebemos já estávamos encostando no terminal terrestre de Valência.
     Desembarcamos e começamos a procurar onde ficar, pois pretendíamos ficar uma noite em Valência para conhecer a região e, também, porque acreditamos que em Caracas gastaremos muito mais do que nas cidadezinhas menores. Saímos do terminal com toda a nossa bagagem nos braços (nestas horas da uma saudade da bike, pois entendemos como os nossos bagageiros sofrem) e caminhamos umas duas quadras procurando alguma posada. Não vimos nada e nenhuma pessoa para qual perguntamos sabia de alguma hospedaje ali perto. Mais uma vez, sentamos no meio fio e começamos a refletir. Percebemos que o que economizaríamos teríamos que gastar em táxi, que não conseguiríamos conhecer direito a cidade por causa da chuva e que seriam dois dias envolvidos em translados. Sendo assim, fomos até um restaurante chinês para almoçarmos e já retornamos ao terminal para embarcarmos para Caracas.
     Entramos no terminal e achamos estranho não ter nenhuma área destinada à venda de passagens, sendo que somente havia lojinhas de roupa e bugigangas. Dirigimo-nos até a área de embarque e percebemos que era uma feira de passagens: todo mundo gritando o destino do ônibus e, literalmente, pegando os passageiros no braço. Surpreendemo-nos com os preços da passagem para Caracas (BsF30 – uns R$7,00) e embarcamos no primeiro ônibus que vimos. A situação era meio precária, sendo que o veículo parecia da década de 80 e em condições meio duvidosas. Como eles estão acostumados a andar assim e, quase nunca da problema, lá fomos nós. Novamente a viagem era de 2h, mas, desta vez, ficamos acordados para apreciar as montanhas que começavam a se fazer presente.
      A viagem foi tranquila, mas com algumas atitudes “ousadas” (maluco mesmo!) do motorista e ocasiões meio bizarras. A pior delas foi quando o motorista parou o ônibus num descampado para o pessoal descer e poder dar uma mijada. Uma mulher, que se achava malandra, tentou ir atrás de uma casa, mas se assustou com o cão de guarda e ela acabou se agachando no meio do descampado mesmo, com toda a galera do ônibus como espectadores.
     Continuamos a viagem e, chegando na região metropolitana de Caracas, pudemos observar regiões bem pobres com grandes favelas. Desembarcamos no terminal La Bandera e fomos praticamente atacados por taxistas. Como o orçamento tá curto, fomos procurar algum ônibus que nos levasse até o centro, pois o hostel que pretendíamos ficar (Dal Bo Hostal) é bem no centro da cidade. Informamo-nos e tivemos que andar só umas duas quadras para chegar até a rua onde passava o ônibus.
     Em poucos minutos já passou um que nos levaria ao centro e já pulamos para dentro. A passagem era extremamente barata (R$1,40 para os dois) e, rapidamente, chegamos ao centro. Com as bagagens em mãos, saímos a caça do hostel. O problema é que as ruas daqui são numeradas e conforme a direção (Av Sul 2 – Av Norte 3) e quase ninguém entende como funciona. Perguntamos para várias pessoas onde ficava a Av Sur 2 e ninguém soube responder (isso que estávamos há duas quadras de distância). Depois de muito procurar, caminhar e perguntar (nem a própria polícia sabia a localização da rua, isso que o posto policial estava na própria rua!) achamos o hostel. Percebemos que a localização é perfeita, pois está a poucas quadras dos principais pontos históricos da cidade.
Iglesia de San Francisco
     Fomos super bem atendidos pelo Gustavo e pela Brenda (donos). O hostel é pequeno e só tem quatro vagas, mas, para nossa sorte, havia disponibilidade para quase todos os dias em que vamos estar em Caracas. O único problema seria dia 12, mas o Gustavo disse que poderíamos dormir num colchão inflável e não cobraria esta noite. Com tudo acertado e com um mega desconto, nos instalamos. Tomamos um excelente banho e fomos procurar algum lugar para comprar mantimentos.
     Fomos até o supermercado, mas estava fechado. Demos mais uma caminhada e encontramos um mercadinho aberto. Enquanto fazíamos o nosso “ranchinho”, percebemos que na verdade o mercadinho era uma farmácia! Aqui, por mais estranho que seja, as farmácias também vendem refrigerante, suco, salgadinhos, cerveja e mais alguns lanchinhos. Com tudo que procurávamos em mãos, passamos num McDonald's para a Cris jantar e retornamos ao hostel.
     Ficamos o resto do dia vendo televisão, atualizando os blogs, pesquisando hotéis e translados e conversando com o pessoal (fizeram com que nos sentíssemos em casa – até me deram quitutes deliciosos). Tarde da noite fomos dormir, pois amanhã começaremos a conhecer a capital venezoelana!
Gastos
-Hostal: R$45,72 - Ônibus: R$34,77 - Almoço: R$17,86 - Desayuno: R$8,10 - Compras: R$15,24 - Janta: R$9,29

2 comentários:

  1. Como está aí em Caracas com a família Trindade?? Fazia tempo que não comentava aqui, td bem com vcs? Beijão!

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