quarta-feira, 21 de setembro de 2011

294° Dia – Tocópero – El Caidi – 06/09/2011 – Terça-feira


     Acordamos renovados depois de uma bela noite de sono. Tomamos o nosso desayuno, arrumamos tudo, nos despedimos do gentil senhor (agradecemos muito pela sua hospitalidade) e caímos na estrada. Mesmo sendo cedo, o calor já era forte.
     Para a nossa surpresa, os primeiros 5Km foram de pura descida. E o melhor ainda, sem vento contra! Curtimos bastante os primeiros 30Km, pois os últimos 5 ou 6 trechos de pedalada foram debaixo de um forte e constante vento contra, que não encarávamos desde a Argentina. Lá pelas 11h30min, a fome começou a dar sinais e resolvemos parar num restaurantezinho de beira de estrada. Fomos super bem atendidos e devoramos uma comida deliciosa. O problema foi que comemos demais! Desta maneira, ficamos repousando até às 13h30min para esperarmos o estômago fazer o seu trabalho. Enquanto descansávamos, vimos que tinha um verdadeiro Maverick detrás de nós! Fomos obrigados a tirar uma foto com o “possante”..rs.. Quando estávamos indo embora, pedimos para o pessoal do restaurante um pouco de gelo para colocar nas garrafinhas e eles nos brindaram com duas garrafas cheias de gelo e água gelada. Agradecemos pelo regalo e reiniciamos a pedalada.
     Infelizmente, a tranquilidade durou pouco e o vento ressurgiu das cinzas. Depois de uns 5Km, paramos para comprar água, pois só tínhamos as duas garrafinhas que ganhamos no restaurante. Compramos uma garrafa de 5l e, quando fomos recompletar as garrafas, percebemos que a água estava imunda! Ratificamos o que já sabíamos: água de estrada nem pensar! Não adianta, é melhor tomar uma água morna do que tomar uma água deliciosamente gelada e depois pagar com dois ou três dias mal do estômago. Voltamos para a estrada, já estávamos cansados e ainda tínhamos bastante caminho pela frente. Pedalamos por mais uns 15Km e ficamos esgotados de tanto sobe e desce. Sendo assim, demos mais uma parada numa vendinha de beira de estrada. Pegamos um refrigerante estupidamente gelado de um litro e meio e sentamos para conversar com um pessoal da região. Ficamos uns 20min aprendendo um pouco mais sobre a Venezuela e seu povo. Agradecemos pela agradável companhia, tiramos uma foto e voltamos para a estrada.
     Como a tarde já estava começando a dar sinais que se aproximava do seu fim, iniciamos a procura por onde ficar. O nosso objetivo era a cidade de Mirimire, mas vimos que estava um pouco longe e não valia a pena se matar para chegar lá sem ter certeza de que teria onde passar a noite. Sendo assim, começamos a perguntar em cada povoadinho decente por qual passávamos. Num deles, nos disseram que em El Caidi, que não estava longe, teria onde ficar. Com a meta traçada, só faltava atravessar um morro para podermos relaxar. Começamos a subida tranquilamente, mas com o passar dos metros as minhas energias foram se esgotando e fui obrigado a pedir para fazermos uma pausa. A fadiga foi tanta que me obriguei a deitar um pouco no asfalto para relaxar e recuperar as forças. Neste momento, uma caminhonete parou para saber o que estávamos fazendo e nos deram uma garrafa com água. Usamos a nossa aprendizagem e não bebemos, mas a água foi de grande serventia: derramei-a na cabeça e deu um ótimo alívio!
      Recuperado, continuamos subindo a pequena distância que faltava. Em seguida, começamos a descer e, junto com a descida, iniciaram algumas “fisgadas” de câimbra. Realmente estava no bagaço..rs.. Por sorte, andamos mais uns 5Km e encontramos o povoado de El Caidi e uma barreira policial onde descobrimos que havia uma pousada 1Km a frente. Porém, percebemos que não haveria local para comermos próximo à pousada e teríamos que andar até o centro do povoado. Pensando no que fazer, demos uma olhada em volta e vimos um anúncio meio apagado num prédio ao lado do posto de gasolina que dizia que se alugava habitacion. Esperançosos, fomos tentar a sorte.
     Chegando no local, descobrimos que realmente alugavam quartos e que o preço era bem acessível, mas o padrão era bem baixo. Como estávamos cansados e só queríamos um chuveiro, uma cama e fácil acesso a restaurantes, ficamos lá mesmo. Instalamo-nos, tomamos banho gelado de cano (aqui é comum nem ter chuveiro, sendo só um cano saindo da parede) e saímos para comer. Como de costume, só encontramos parrilla e acabamos devorando uma parrilla mista (rês, galinha, porco e um salsichão delicioso) com salada e aipim cozido.
     Voltamos para o quarto e nos arrumamos para dormir. Deitamo-nos e o cansaço era tanto que era apenas 21h e já estávamos moídos. Porém, não conseguíamos dormir devido ao forte calor e, para ajudar, o ar-condicionado não funcionava direito. Como o botão de regulagem de potência estava quebrado, começamos a tentar de tudo para fazê-lo encaixar novamente. Finalmente a Cris resolveu o problema com um alicate de unha e papel de bala! Com o ambiente mais fresco, não demoramos 10min para cairmos num sono profundo!
Gastos
- Habitacion: R$19,05 - Almoço: R$21,43 - Janta: R$16,67 - Mercado: R$6,20 - Bebidas: R$8,34
Estatística
- Distância: 73,96Km - Tempo: 4h46min07” - Média: 15,3Km/h
Condições da estrada
- Medianas.

Um comentário: