sábado, 17 de setembro de 2011

288° Dia – Urumaco – Coro – 31/08/2011 – Quarta-feira

     Acordamos cedo, tomamos o nosso café da manhã, arrumamos tudo e partimos rumo a Coro. Para nos ajudar,  as pousadas e hotéis têm o costume de ter frigobar no quarto ou deixar uma geladeira a disposição dos hóspedes. Sendo assim, congelamos todas as nossas garrafinhas com água e esperamos ter água gelada durante quase todo o dia, pois a bolsinha térmica que ganhamos da rede hoteleira Red Mangrove é excelente (fora da bolsa térmica o gelo das garrafas de um litro não dura 1h)!
     Assim que começamos a pedalar o calor já estava intenso e o vento dava indícios de que seria mais um dia sem trégua alguma. Pedalávamos lentamente e gastando muita energia. Combinamos fazer paradas a cada 20Km para que consigamos completar os 80Km sem tanto desgaste. Na primeira parada já estávamos exaustos e aproveitamos uma parada de ônibus para ter a rara chance de desfrutar uma sombra. Sacamos a nossa bolsinha do Red Mangrove e nos deleitamos na água gelada! Como é bom tomar algo bem gelado depois de 2h passando calor e tomando água de chimarrão! Depois de uns 20min parados, voltamos para a calorosa estrada.
     O calor tinha se intensificado e o vento estava na mesma, sempre presente. Pedalamos uns 5Km e começamos a ver pessoas vendendo frutas típicas da região parecida com a tuna (fruta de cactus) que comemos no Peru. Parei num destes vendedores para ver se realmente eram frutas, como se comia e quanto custava. O vendedor foi bem atencioso e, além de tirar as minhas dúvidas, me deu meio fruto para provar. O sabor e a textura eram diferentes do da tuna e resolvi comprar alguns para degustarmos com mais calma. Em relação ao preço, ele só vendia um balde e insistiu em me regalar dois frutos de cada tipo. Para não fazer desfeita, aceitei o presente, mas dei em troca dois pacotinhos de bolacha maria que tinha na bolsa de guidão. Com as novas experiências para o nosso paladar devidamente guardadas, continuamos a pedalada.
     Aos 36Km percorridos, vimos um restaurante ajeitadinho e optamos por parar para almoçar. Pedimos um prato de carne assada para dividirmos e uma garrafa de dois litros de refrigerante. Para a nossa sorte, o restaurante tinha uma área com ar-condicionado e aproveitamos para nos refrescarmos. Depois de uns 10min, chegávamos a estar com frio de tão forte que estava o ar-condicionado. Comemos, bebemos e descansamos bastante. Quando estávamos nos preparando para partir, percebi que as frutas estavam amassando um pouco e decidi abrir duas para provarmos. A com formato redondo e de cor vermelha era doce e pouco ácida, tendo sua polpa de cor vermelha e com muitas pequenas sementes pretas. Já a verde que parecia um pão receado, tinha uma polpa verde e branca com muitas pequenas sementes pretas e o sabor era semelhante ao do kiwi, sendo um pouco mais ácida que a vermelha. Além de tudo isso, este fruto verde soltava uma espessa secreção da casca, bem semelhante a da babosa, que, se não cuidasse, se misturava à polpa.
     Reiniciamos as pedaladas e agora “só” faltava uns 44Km. Estávamos cansados de não conseguir fazer a pedalada render devido ao forte vento contra, mas como não tinha o que fazer, baixamos a cabeça e continuamos a pedalar. Depois de umas 2h de muito suor, procurávamos algum lugar para parar, mas não havia nada. Ficamos uns 10Km procurando algum barzinho, posto, restaurante ou alguma sombra, mas não achamos. Desta maneira, paramos no meio do nada debaixo de umas pequenas árvores que faziam uma mínima sombra. Ficamos uns 15min descansando e vimos que não era uma boa ideia continuarmos ali, pois o ambiente era meio suspechoso. Voltamos para a estrada e encontramos um pequeno boteco uns 7Km adiante. Aproveitamos a oportunidade e paramos para descansar. Vimos que agora só faltava uns 10Km e nos animamos, pois já conseguíamos enxergar alguns prédios da entrada da cidade.
Sempre tem uma frutinha nova para provarmos!
     Voltamos para a estrada depois de relaxar na sombra por meia hora. Pedalamos até a entrada da cidade e paramos num posto de gasolina para nos informar sobre a cidade e como chegar na posada que tínhamos visto na internet. Conseguimos o que queríamos e continuamos o nosso caminho. A cidade era um pouco maior do que esperávamos, mas encontramos facilmente a posada. Infelizmente a localização não era das melhores e o pessoal era cheio de nove horas para aceitar as bikes e guardar durante o período em que estaremos em Paranaguá (pretendemos deixar as bikes aqui em Coro e passar duas noites na península de Paranaguá para conhecer as praias). Desta maneira fomos procurar outras hospedagens.
     Rodamos a cidade toda e tudo era muito caro ou muito ruim. Quando já estávamos quase desistindo, achamos uma pousadinha meia boca, mas bem localizada e com um pessoal bem parceria. Instalamo-nos, tomamos um banho  e deitamos um pouco para relaxarmos. Lá pelas 19h, saímos para passar no supermercado e para jantar.
     Chegamos no super quando já estava quase fechando, mas não tivemos a mesma sorte com os restaurantes. Caminhamos por várias quadras e não achamos nada aberto, somente lancherias. Como a fome era grande, acabamos nos entregando para um xis que parecia bom. As nossas expectativas foram confirmadas e os lanches eram grandes e bem saborosos. Bem satisfeitos, voltamos para o quarto e ficamos vendo um pouco de televisão. Não tínhamos muita preocupação, pois no dia seguinte iríamos de ônibus para Punto Fijo. Mais tarde começamos a arrumar tudo para levar e, em seguida, fomos dormir.
Gastos
- Hotel: R$35,72   - Bebidas e comidas na estrada: R$18,10   - Mercado: R$24,29   - Janta: R$17,86
Estatísticas
- Distância: 76,76Km   - Tempo: 5h11min57”   - Média: 14,6Km/h
Condições da estrada
- Medianas.

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