terça-feira, 3 de maio de 2011

162° Dia – Zorritos – Puerto Pizarro – 27/04/2011 – Quarta-feira


    Tentamos acordar cedo, mas não conseguimos. Fomos levantar somente às 11h. Tomamos café, arrumamos tudo e, quando estávamos quase saindo, percebemos que o velocímetro da bike da Cris tinha sumido. Procuramos por toda parte (até no outro quarto que havíamos ocupado inicialmente), mas não achamos nada. Enquanto descíamos com as nossas tralhas, avisamos a mulher da recepção e perguntamos se eles não tinham encontrado nada. Infelizmente e obviamente, a resposta foi negativa. Como o velocímetro é pequeno, imaginamos que poderia ter caído dentro de algum alforge sem que percebêssemos. Quando já estávamos montando as bikes na rua, a Cris percebeu que o óculos que havíamos comprado em Huaraz também tinha sumido. Subimos novamente e, mais uma vez, disseram que não acharam nada. Sumir um pequeno velocímetro tudo bem, mas desaparecer um óculos junto aí é difícil! Bastante chateados (nem tanto pelo valor, pois ambos eram baratos, mas pela extrema desconfiança que ficou incutida a partir de agora), começamos nossas pedaladas do dia.
     Nos primeiros quilômetros, tivemos uma amostra do que seria o dia. O tempo todo foi intercalado por planos a beira mar e um relevo um pouco acidentado quando nos afastávamos da orla. A vegetação é composta por poucas árvores e quase nenhuma vegetação rasteira, sendo que em certos momentos, se intensificam as características semi-desérticas da região. Passamos por inúmeros vilarejos até nos aproximarmos de Tumbes (capital de Departamento – similar a um Estado).
     Esperávamos uma cidade grande e bem desenvolvida, pois tínhamos escutado muito a respeito. No entanto, assim que chegamos, encontramos uma cidade de porte médio para pequeno, sem muitos atrativos e pouco desenvolvida. Tínhamos uma relação de tarefas que deveríamos fazer na cidade. Como a entrada da cidade é próxima à Plaza de Armas, fomos nesta direção e começamos a procurar alguma loja de produtos de informática. Achamos uma e paramos para comprar um cabo de força para o carregador do netbook, pois o antigo quebrou um dos plugs.
     Com uma coisa a menos para fazermos, fomos procurar um restaurante para almoçarmos (a Cris tinha esperança de achar um bom lugar, ou seja, um restaurante limpo para tirar a barriga da miséria). Perguntamos e nos indicaram um restaurante na própria praça. Chegando no local, ficamos decepcionados, pois era o mesmo padrão de todos os outros. Desiludidos, paramos ali mesmo e comemos um peixe acompanhado de um suco natural bem gelado.
     De barriga cheia, fomos até os correios para ver quanto custava o envio para o Brasil das últimas artesanias que compramos. Fomos surpreendidos pelo valor de mais de R$80,00. Achamos o valor meio salgado e optamos por continuar carregando e ver quanto custará o envio no Equador. Por último, só faltava passar no supermercado. Achamos um no centro mesmo, mas acabamos comprando pouca coisa, pois os preços estavam meio abusivos.
     Com tudo, ou quase, pronto, voltamos para a Panamericana em direção a Puerto Pizarro. Agora só faltava mais uns 14Km! Na saída da cidade, passamos por um restaurante gigantesco, com serviço de buffet e com uma aparência muito boa (limpo, bem organizado e bem atrativo!) que fez nos arrependermos de termos almoçado no muquifo no centro da cidade.
     Pouco tempo depois, saímos da Panamericana e pegamos o acesso até Puerto Pizarro. A estrada era muito boa, com um acostamento razoavelmente largo e com um asfalto bem lisinho. De longe, nos assustamos com a quantidade de pássaros que tinha sobrevoando no horizonte. Quando nos aproximamos do povoado, pudemos perceber que acertamos em ter comprado mantimentos, pois se tratava de um vilarejo bem subdesenvolvido. Assim que chegamos à praça central (na verdade, um coreto), vimos que os pássaros sobrevoavam os barcos pesqueiros e que toda a cidade era bem simples.
     Ao descermos das bikes, veio um “guia” que faz passeios de barco para nos oferecer seu serviço e nos indicar uma boa hospedaje. Como o senhor parecia meio estranho, não acertamos nada com ele, mas fomos a hospedaje que ele havia indicado. A Cris acompanhou a chica que iria mostrar o quarto e gostou do que viu. Preferimos dar uma olhada em outras antes de confirmar que ficaríamos. Passamos por outros hotéis e hospedajes, mas nenhuma era tão bom quanto a primeira. Sendo assim, voltamos e avisamos que ficaríamos por lá mesmo. Como o senhor não saía da volta, dissemos que amanhã pela manhã decidiríamos se faríamos o passeio.
     Instalamo-nos, tomamos um demorado banho gelado para baixar a alta temperatura corporal e ficamos escrevendo alguns relatos, pois estavam atrasado por não termos como carregar a bateria do netbook. Lá pelas 21h, saímos para jantar. Todos “restaurantes turísticos” (aqueles que apresentam um pouco mais de higiene) já estavam fechados. As únicas opções que sobraram foram dois restaurantes ao lado do hostel. Ambos não eram dos mais limpos, sendo assim, optamos por aquele que tinha mais gente comendo (normalmente são os melhores ou os mais baratos). Pedimos nossos pratos e, para nossa surpresa, tanto a comida quanto os refrescos (maracujá e chicha morada) estavam bons.
     Após comermos, demos uma passada numa lan house para atualizar um pouco os blogs. Infelizmente, a internet era mais lenta do que as primeiras discadas que chegaram no Brasil e, em meia hora, só conseguimos colocar uns dois relatos e sem foto alguma! Depois de ficar um pouco irritados com a lentidão, voltamos para o hostel e fomos dormir. Amanhã pretendemos fazer o tour pela região e aproveitar o resto da tarde na beira da praia!
Gastos:
- Hostel: R$20,00 - Almoço: R$19,00 - Cabo de força: R$12,00 - Supermercado: R$9,00 - Água: R$1,67 - Janta: R$8,00
Estatísticas:
- Distância: 44,64Km - Tempo: 2h48min28” - Média: 15,7Km/h
Condições da estrada
- Ruins, pois em quase todo o trajeto não tinha acostamento.

Um comentário:

  1. Putz... é horrível essa sensação de ser "passado para trás"!
    Cuidem-se!
    Beijos do Boni!

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