Monumento em homenagem aos trabalhadores rurais |
Queríamos acordar cedo, mas foi impossível. Ontem a noite, mais uma vez, fomos dormir tarde. Levantamos da cama às 10h, tomamos nosso café da manhã e já descemos com todas as nossas tralhas. Enquanto arrumávamos as bikes, ficamos conversando com o recepcionista do hotel. Ele nos contou que vários aventureiros já se instalaram no hotel, tentou comprar as nossas bicicletas quando falamos que elas valiam uns U$200 cada e, após ver que suas tentativas seriam infrutíferas, nos deu alguns conselhos sobre Naranjal e Guayaquil (nossas próximas paradas).
Começamos a pedalara às 11h30min e vimos que estava 31°C! O calor era intenso, mas a saída da cidade foi relativamente tranquila. Passamos por uma estátua de um campesino carregando um cacho de banana no ombro (principal monumento da região que simboliza o povo local) numas das principais rotatórias da cidade. Em poucos minutos já estávamos na estrada.
Para nosso alívio, as condições são muito melhores do que as estradas do norte do Peru. Eles não têm o costume de acostamento, mas, pelo menos, tinha uma faixa de meio metro de asfalto em que podíamos andar tranquilamente. O calor estava intenso e, depois de uns 35Km, fizemos nossa primeira parada.
Descansamos por um tempo numa vendinha e aproveitamos para pegar dois sucos bem gelados para refrescar um pouco. Enquanto estávamos, repondo as energias, começou a chover razoavelmente forte. Não estávamos mais acostumados com chuva, fazia um bom tempo que não presenciávamos este fenômeno. Achamos bom dar uma refrescada, mas tivemos que pegar nossos casacos impermeáveis para continuar a pedalada.
Voltamos para a estrada e a chuva parou em seguida. Sendo assim, fomos obrigados a parar para tirar os anoraks, pois estávamos nos molhando mais com o suor do que com a chuva fraca e poças pelo caminho. Continuamos nosso caminho e, para nossa sorte, o dia continuou nublado. Depois de mais uns 30Km, paramos novamente numa vendinha na beira da estrada.
A Cris pegou um picolé e eu peguei uma limonada para acompanhar as bolachinhas integrais. Neste mercadinho tinha uma guriazinha de uns 4 anos que não tirava o olho da gente. Ela ficou completamente hipnotizada pelas bikes e nossas roupas e acessórios. A cada movimento nosso ela nos acompanhava com os olhos. Depois de comer, nos despedimos dos locais que estavam por ali e continuamos nosso caminho.
Fomos surpreendidos quando chegamos a Naranjal, pois esperávamos que a cidade estivesse a uns 10Km mais distante. Aqui é um pouco estranho a distribuição das placas pela estrada, pois ficamos uns 100Km sem saber o quanto teríamos que andar e depois tiveram umas dez placas num espaço de uns 30Km sinalizando a distância.
Procuramos algum hotel e no segundo que vimos decidimos nos instalar. O hotel tinha um preço razoável e o quarto era gigante (cabia as bikes com os alforges e tudo, o que facilita a nossa vida pela manhã), tinha ar condicionado e televisão a cabo e o banheiro era bem limpo e organizado. Assim que tomamos um banho, saímos para conhecer o centro da cidade. Acertamos em não ficar no centro desta vez, pois não tinha atrativo algum e em certos pontos parecia meio suspeito.
Paramos num mercadinho para comprar as bebidas para a noite e para o café da manhã e fomos jantar num restaurante próximo ao hotel. Chegando no restaurante, fomos super bem atendidos por um cara (depois descobrimos que era o dono) muito figura. Ele fez com que nos sentíssemos em casa. Pedimos dois pratos de bife com arroz, lentilha, salada e banana frita acompanhados por um refrigerante bem gelado. Enquanto comíamos, éramos devorados por mosquitos! Sendo que a Cris chegou a ser picada por uma abelha.
Depois de tudo isso, voltamos para o quarto. Ficamos um tempo vendo televisão, escrevendo e relaxando um pouco antes de dormir. Amanhã sabemos que será mais um dia difícil. Tomara que esteja nublado como hoje para que o calor não seja insuportável!
Gastos
- Hotel: R$27,00 - Bebidas: R$4,41 - Janta: R$8,10 - Mercado: R$9,00
Estatísticas
- Distância: 92,86Km - Tempo: 5h01min46” - Média;18,2Km/h
Condições da estrada
- Muito boas, apesar do acostamento se tratar de uma faixa de 1m de largura de asfalto. O “acostamento” tinha um asfalto muito bem conservado e os motoristas respeitavam a nossa presença e se afastavam, sempre que possível, quando estavam passando por nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário