quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

96° Dia – Juliaca – Pucara - 20/02/11 – Domingo

Saída precária de Juliaca
     Hoje o dia amanheceu chuvoso, como de costume. Como estávamos decididos a continuar a nossa viagem, tivemos que improvisar: reduzimos o nosso trajeto para 65Km (em vez dos 100Km até Ayaviri) para poder realizá-lo na parte da tarde. Ficamos no hotel até o meio-dia e, quando a chuva deu uma trégua, seguimos rumo a Pucara.
     A saída de Juliaca foi um caos, a cidade estava toda alagada, as ruas de terra estavam intransitáveis, o trânsito estava pior que o de costume (não ficávamos dez segundos sem escutar uma busina) e o lixo estava espalhado por todas as partes. O Moacir tentou perguntar para vários habitantes como se chegava à estrada para Cusco, mas não davam muita atenção e uma vez  foi completamente ignorado (um tiozinho deixou ele falando sozinho!). Depois de 5Km, entramos na estrada e as condições melhoraram um pouco.
     Pedalamos 20Km nestas boas condições, acompanhados por um belo vale verdinho e campo por todos os lados. Entretanto, depois de uma bifurcação o asfalto ficou muito ruim. Estava todo esburacado, cheio de pedras no acostamento e, em alguns momentos, parecia que estávamos pilotando uma britadeira. Para piorar a situação, a chuva e o vento começaram a nos atrapalhar. Além disso, pedalamos durante todo o dia entre 3.600m e 3.850m de altitude, ou seja, com uma certa dificuldade para respirar a cada esforço maior.Conseguimos aguentar mais 30Km nessas circunstâncias nada favoráveis, até que, uma tempestade se mostrava à nossa frente.
Rumo à Pucara
     Assim que escutei (Cris) o primeiro trovão, “sugeri” ao Moacir que parássemos no povoado mais perto. Assim que chegamos em frente ao povoado, percebemos que ele não teria nenhuma condição de nos acomodar (era um povoado de campesinos com poucas casas de barro e palha e sem nenhum comércio). Preocupado pela chuva iminente, o Moacir começou a pedir carona para as vans que passavam. Na terceira tentativa, um senhor muito gentil que fazia o transporte de passageiros entre Juliaca e Pucara parou e nos acolheu. Assim que nos acomodamos na van a tempestade começou a cair (obrigada anjos da guarda e motorista da van!).
    Ao desembarcar em Pucara, fomos abordados por uma moça que nos perguntou se procurávamos hospedagem, parecia que o universo estava conspirando a nosso favor. Aceitamos ver o quarto que ela oferecia, gostamos e nos instalamos. Depois do banho, o Moacir tomou um antialérgico,pois estava com algumas picadas de inseto e eu tomei um antigripal para evitar que a dor de garganta e a gripe voltassem. Dessa maneira, caímos na cama e só levantamos às 21h para sairmos para jantar. Como todos os restaurantes já estavam fechados (aqui o hábito é bem diferente do Chile, eles acordam e dormem cedo, aproveitando a luz solar já que os recursos são escassos), comemos um sanduíche e um chocolate quente em uma cafeteria e voltamos para a hospedagem. Agora estamos vendo uma TV local e aproveitando o calor dos cobertores de lã peruana! Amanhã pretendemos conhecer as ruínas e o museu da cidade!
Gastos:
- Hotel: R$20,00   - Janta: R$2,00   - Van: R$4,00
Estatísticas:
- Distância: 51,76Km   - Tempo: 3h30min11”   - Média: 14,77Km/h
Condições da estrada:
- Piores condições até hoje. Asfalto do acostamento e da pista muito ruim, cheio de buracos e cheio de pedras.

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