quarta-feira, 20 de julho de 2011

238° Dia – La Mesa – Bogotá – 12/07/2011 – Terça-feira

    Hoje acordamos cedo e preparamos tudo para a pedalada. Entramos na estrada às 9h30min, já subindo o íngreme aclive da cidade de La Mesa. Desde o início, sentimos que a viagem seria “dura”.
    Nos primeiros quilômetros, o calor era intenso e a vegetação predominantemente tropical. A medida que subíamos, o ar ficava mais gelado e o vento mais forte. Pelo menos, já não sofríamos tanto com o calor. Como na América do Sul no Pedal nada é simples, conforme a temperatura ia ficando mais agradável, a estrada ia ficando mais íngreme.
     Após 15Km pedalados, resolvemos fazer a nossa primeira parada. Aproveitamos que haviam diversos restaurantes na estrada para almoçarmos. Pedimos um prato para “compartirmos” e descansamos enquanto a comida não vinha. Estávamos cansados e um pouco preocupados com o horário, pois já passava do meio-dia e só havíamos completado ¼ da viagem.
     Após comermos, enchemos o pneu da minha bike (pois está esvaziando sozinho) e voltamos a pedalar. A estrada ia ficando cada vez mais inclinada e chegamos à seguinte conclusão: a inclinação da estrada é inversamente proporcional a motivação para pedalar. As nossas paradas foram ficando mais frequentes e o rendimento foi caindo ao longo do dia.
     Às 16h tomamos a decisão de que iríamos parar para dormir na cidade de Soacha, pois ligamos o GPS e vimos que estávamos a 2.650m de altitude e ainda teríamos mais 25Km até Bogotá. Ficamos apavorados com a altitude que havíamos chegado porque, em nossas pesquisas, só subiríamos até 2.400m. Desta maneira, concluímos que tínhamos pegado outra estrada e não a que estávamos pretendendo. Ficamos tentando entender o que havíamos feito de errado para não termos visto a entrada para a outra estrada. Concluímos que a estrada em que estávamos não existia no GPS (o sinal aparecia no meio do nada) e que a estrada que o GPS apontava não existia. Resumindo, estávamos na estrada mais difícil para Bogotá e só Deus saberia quando chegaríamos.
      Seguimos pedalando pelo difícil caminho. O Moacir me puxava a maior parte do tempo, mas até ele estava começando a fadigar. Quando chegamos aos 35Km pedalados, paramos para beber um suco de frutas e recarregarmos as baterias. Perguntamos para a dona do bar se faltava muito para a bifurcação que levava até Soacha. Ela respondeu que faltavam 4Km, mas que não era para nos “ilusionarmos” pois eram 4Km de subida. Saímos do bar e subimos 2Km, em seguida, fomos surpreendidos por uma descida de 1Km e mais 1Km de terreno plano até a bifurcação.
      No início da estrada para Soacha, encontramos um ciclista que estava com o pneu vazio. Paramos e emprestamos a nossa bomba, mas foi ele quem nos deu o maior presente: nos contou que até Soacha eram 13Km de descida. Animados com a notícia, embalamos as bikes e curtimos o descanso merecido.
      Como na América do Sul no Pedal nada é simples, chegamos em Soacha e achamos a cidade um pouco “suspechosa”. Sendo assim, optamos por pedalar mais 20Km até Bogotá. A boa notícia foi que o terreno era plano, a má, foi que já era 17h30min e o sol estava se pondo. O trânsito estava caótico e lento, sendo assim, projetamos que iríamos chegar em Bogotá às 22h.
      Como na América do Sul no Pedal nada é simples, mas Deus sempre olha por nós, com 3Km pedalados fomos agraciados com uma ciclovia. Felizmente, esta se estendia até Bogotá. Chegamos na cidade às 19h30min, mas ainda teríamos que pedalar 10Km até o hostel e começava a chover. Sendo assim, decidimos parar para jantar (pois, ao chegarmos no hostel, só teríamos que tomar banho e dormir) em uma polleria no caminho. Após a janta a chuva e o frio estavam mais intensos, o que nos impulsionava a pedalarmos ainda mais rápido.
     Em torno das 20h30min chegamos ensopados no hostel. O Moacir foi falar com os donos e mostrar a nossa carta de apoio da Hostelling International. Como na América do Sul no Pedal nada é simples, o hostel estava cheio (só teriam vagas a partir de amanhã) e, para quebrar o nosso galho, o pessoal nos ofereceu o sofá para dormirmos. Visto que não estávamos em condições de exigir nada, aceitamos o sofá e reservamos o quarto para os dias seguintes.
      O pessoal do hostel La Pinta foi muito legal conosco. Poderiam ter dito, simplesmente, que não tinham mais vagas. Entretanto, nos ofereceram hospedagem com 50% de desconto. Além disso, nos receberam super bem, ofereceram toalhas, paninhos para secarmos as bikes, ajuda para guardarmos os equipamentos e nos deram várias dicas sobre a cidade.
      Foi ótimo tomar banho bem quente num banheiro limpinho depois de toma romaria do dia. E, apesar da pouca privacidade, o sofá parece ser bem confortável. Agora, escrevo este relato enquanto o Moacir arruma as nossas “camas”. Em breve, iremos dormir, pois o dia de hoje foi muito intenso.
Gastos
- Hostel: R$22,00 - Bebidas: R$4,00 - Almoço: R$6,30 - Janta: R$16,60
Estatísticas
- Distância: 75,66Km - Tempo: 7h10min12” - Média: 10,55Km/h
Condições da estrada
- Ruins, pois, apesar do bom asfalto, não tinha acostamento e tínhamos que pedalar na linha branca.

Um comentário:

  1. Putz... dia cansativo, hein!! Que bom que deu tudo certo!!
    FORÇA, VAMOS!!!
    Beijos do Boni!!

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