sábado, 30 de julho de 2011

248° Dia – Santa Rosa de Osos – Valdivia – 22/07/2011 – Sexta-feira


     Acordamos com um certo cansaço mesmo depois de uma longa noite de sono. Sando assim, ficamos acordados e sem coragem de sair debaixo das cobertas das 7h às 8h30min. Finalmente levantamos, tomamos nosso desayuno e voltamos para mais uma recostada. Fomos levantar, realmente, às 10h e ainda sentíamos as pernas pesadas.
     Arrumamos tudo rapidamente e saímos a procura de um mercado, pois não tínhamos uma gota d'água. Paramos numa vendinha no acesso à cidade, compramos tudo que queríamos e partimos rumo ao norte, pois não tínhamos destino definido (Yarumal – 45Km – ou Valdivia – 85Km).
     Sabíamos que o dia seria um sobe e desce constante, mas não achávamos que teríamos um início tão difícil (acho que foi o cansaço acumulado de ontem). Pedalamos por 19Km com predominância de subidas por entre as montanhas. Chegamos até uns 2.700m de altitude (acreditamos que hoje é o último dia da viagem em que superamos os 2.000m de altitude) e estávamos com fome e cansados. Avistamos um restaurante e tivemos a certeza de que seria ali mesmo que almoçaríamos e descansaríamos um pouco.
     “Estacionamos” as bikes e pedimos um almoço (sempre dividimos um prato – a Cris com 3/5 do prato e eu com a sopa mais 2/5 do prato – enquanto estamos pedalando para não ficarmos empanturrados). Em poucos instantes, chegou a sopa, a bandeja (arroz, bife, salada, banana frita e feijão), um suco de manga e um “pão de milho” (tipo um bolinho de pasta de milho assado na brasa que fica com uma casca dura e o miolo mole). Comemos tudo sem pressa alguma e, depois de descansarmos um pouco, voltamos para a estrada.
     Assim que recomeçamos a pedalar, fomos surpreendidos por uma longa descida (20Km) que nos levou rapidamente (batemos o nosso recorde de velocidade e chegamos a 65Km/h) ao pé do morro em que fica a cidade de Yarumal. Como estava cedo (14h45min) e sabíamos que os 36Km até Valdivia seriam, predominantemente, de descida, optamos por seguir viagem. Por segurança, perguntamos para algumas pessoas sobre o caminho e todas ratificaram as informações que tínhamos.
     Porém, logo de cara, nos deparamos com uma subida de 7Km que acabou com toda e qualquer reserva de energia que nos restava. Para a nossa felicidade, a descida começou em seguida. Foram 10Km de felicidade descendo por um belo vale que nos fez lembrar de cenas do filme “Parque dos Dinossauros”. A mata era exuberante e as inúmeras cachoeiras no meio dos morros completavam a lindíssima paisagem.
     Mas como nem tudo são flores, o “plano” que nos disseram que teríamos pela frente se mostrou, na verdade, uma subidinha leve, porém incomodativa. Não tínhamos força para mais nada e fomos obrigados a dar uma parada para recarregar as baterias. Ficamos uns 20min comendo e especulando sobre o caminho que ainda nos restava.
     Retornamos para a estrada um pouco mais dispostos e deixamos para trás a subidinha. Em seguida iniciou mais uma longa descida. No meio dessa, uma forte neblina tomou conta da estrada, da paisagem, de tudo! Nunca, nas nossas vidas, havíamos visto uma neblina tão den  sa. Mesmo de bicicleta, não enxergávamos 10m a nossa frente! Com tal situação, paramos, ligamos as luzes e decidimos descer “pegando vácuo” atrás de algum caminhão, pois, assim, pelo menos não correríamos o risco de algum carro do sentido oposto que estivesse ultrapassando nos atingisse por não nos ver.
     Foram mais uns 15Km de descida lenta e tensa, mas que nos levou até Valdivia. Com o transcorrer da descida, a neblina foi ficando para trás e pudemos observar mais um imenso e belo vale. Faltando 1Km para chegarmos ao nosso objetivo, começou a cair um pé d'água. Por sorte, estávamos perto e já começamos a fazer a pesquisa nos hotéis. Todos da estrada só tinham água fria e optamos por ir até o centro do povoado para ver se tinha algum com água quente. “Escalamos” uma ruazinha que levava ao centro (subida parecida com a da Lucas de Oliveira em Porto Alegre) que era tão íngreme que os pneus chegavam a patinar.
     Chegamos ao centro e não havia nada. Sendo assim, passamos num mercadinho para comprar tudo para amanhã e retornamos ao primeiro hotel na estrada que tínhamos visto. Instalamo-nos, tomamos um “bom” banho gelado e saímos para jantar.
     Comemos num restaurantezinho aqui ao lado e provamos o “claro” (igual à mazamorra, mas sem os grãos de milho), mas também não agradou muito. Agora estamos de volta ao quarto e só queremos ficar deitados para descansar. O cansaço vem se acumulando e ainda temos muito o que pedalar até chegar às praias caribenhas. Tomara que a nossa previsão de que a partir de amanhã o terreno seja predominantemente plano esteja certa!
Obs.: Hoje confirmamos que o exército está com um efetivo muito grande espalhado por toda a estrada (segundo o Marcelo – recepcionista do GEO Hostel de Medellin, tudo isso é devido a um atentado terrorista das FARC's com carro bomba que aconteceu mês passado na cidade de Yarumal).
Gastos
- Hotel: R$15,00 - Mercado: R$13,20 - Almoço: R$10,00 - Janta: R$21,50
Estatísticas
- Distância: 86,90Km - Tempo: 5h20min30” - Média: 16,26Km/h
Condições da estrada
- Ruins, pois quase não existia acostamento.

Um comentário:

  1. Báaaaaa, que neblina terrível, tomem cuidado e descansem um pouco. Amo muito. Beijoooossss.

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