segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

387° Dia – Chaval – Jericoacoara – 08/12/2011 – Quinta-feira

Igreja roxa é novidade para mim!
     Acordamos com as pernas pesadas da pedalada de ontem, mas como não temos muito tempo, tínhamos que pedalar hoje também. Tomamos o nosso desayuno reforçado com a sobra da janta de ontem e mais dois ovos cozidos e arrumamos tudo para partir.
      Pegamos a estrada às 10h e já sentíamos o calor subir do asfalto. Por aqui amanhece lá pelas 5h e no final da manhã já está um calor insuportável. Como era de se imaginar, o vento continuava soprando contra e sugava as nossas energias. Sem sombra de dúvida o vento é o fator que mais dificulta uma ciclo viagem, na minha opinião. O motivo por qual tenho essa convicção é de que você não tem como esperar nada em troca de um vento contra (em uma subida você sabe que, mais cedo ou mais tarde, descerá), pois as correntes de ar não são algo lógico e engessado. Continuando, tivemos que fazer várias paradas no caminho, sendo que em uma delas achamos um botequinho que vendia bebida gelada e nos esbaldamos. Coisa boa tomar algo gelado para arrefecer o corpo! Ainda pudemos ficar escutando os causos de um pessoal que estava reunido no bar para tomar umas cervejinhas e jogar conversa fora.
      Voltando para a nossa vida, vimos que já era hora de continuarmos a pedalar, pois senão chegaríamos de noite novamente. Foi mais 1h30min de um duro pedal até a cidade de Camocim. Chegando lá, sabíamos que tinham algumas 4x4 que faziam o translado até Jericoacoara pela beira da praia. Após procurarmos por um tempo, nos deparamos com um belíssimo local: a entrada de uma “língua de mar” para dentro do continente. O verde da água contrastando com o branco da areia e as diversas cores da vegetação formavam uma paisagem maravilhosa. Infelizmente, chegamos tarde e a última 4x4 já havia partido. Um buggy até veio oferecer os seus serviços, mas os R$200 que ele estava cobrando era demais para o nosso orçamento.
     Para não perdermos tempo, perguntamos se não havia alguma outra forma de chegarmos até Jericoacoara ainda hoje. O pessoal disse que poderíamos pegar um ônibus até Jijoca e de lá pegarmos uma 4x4. Agradecemos a informação e fomos o mais rápido possível até a rodoviária. Para a nossa sorte, tinha um ônibus que saía às 16h e ainda tinha vaga. Compramos as passagens e aproveitamos os 30min que tínhamos para almoçar. O restaurante da rodoviária nos surpreendeu, pois o preço não era caro e a comida era farta e muito saborosa. A comida foi muita para o pouco tempo e acabamos fazendo a leitera de marmita e levamos uma boquinha para mais tarde.
      Após embarcarmos no ônibus, foram umas 2h de viagem até Jijoca, onde desembarcamos quase com o anoitecer. Ficamos na dúvida de ir direto para Jericoacoara e chegar à noite ou de dormir em Jijoca e só ir passar o dia lá amanhã. Como tinha uma 4x4 indo para Jericoacoara no instante que desembarcamos e o motorista não nos explorou muito (cobrou R$30 para nós dois com as bikes, sendo que o preço normal é de R$10 por turista e R$5 para o pessoal de lá). Colocamos as bikes na caçamba e lotou todo o espaço, sendo que mal havia lugar par nós dois. Assim que a caminhonete arrancou, vimos que seria um passeio com emoção. Passamos por locais com muita areia solta e até por dunas realmente. Depois de muito sacolejo, chegávamos na vilinha de Jericoacoara. Quando desembarcamos da caminhonete, vi que havia perdido o meu espelho de capacete. Agora seremos os dois sem espelho, pois ainda não compramos espelho para a bike nova da Cris.
     Começamos a busca por pousadas por uma indicação do motorista. A pousadinha até que era boa, mas R$40 para o casal está um pouco salgado para nós ultimamente. Sendo assim, fomos procurar o Camping do Natureza (havíamos visto na internet que o lugar era legal e custava R$8 por pessoa). No caminho, avistamos um símbolo da HI Hostel e fomos tentar a sorte.
     O Zequinha (responsável pela recepção) ligou para o seu chefe que, por não ter vaga, disse que não poderia nos apoiar. Agradecemos pela atenção e voltamos para o nosso caminho até o Camping do Natureza. Para a nossa sorte, o camping era pertinho e, em menos de 5min, chegamos. O Natureza nos recebeu super bem e montamos o nosso acampamento. O camping estava com várias pessoas bem alternativas, sendo que havia um cara de Recife e uma guria de Curitiba que também estavam fazendo viagens de bike.
     Após tudo pronto, fomos dar uma volta pelo centrinho da vila para explorarmos um pouco a região. O local nos surpreendeu positivamente com a sua infraestrutura (nos lembrou um pouco de Morro de São Paulo) e seu astral. Ficamos felizes em ver que acertamos em vir hoje mesmo para cá, pois em Jijoca não teríamos nada para fazer e conhecer.
     De volta ao camping, esquentamos a nossa viandinha e comemos muito bem mais uma vez. Mais tarde, fomos para a barraca e organizamos as nossas coisas para termos uma boa noite de sono. Foi ótimo termos trocado de barraca, pois esta só possui a desvantagem de ser mais pesada, mas o seu imenso espaço interno compensa!
Gastos
- Camping: R$16,00 - Ônibus: R$28,00 - Almoço: R$23,00 - 4x4: R$30,00 - Compras: R$12,65 - Bebidas: R$5,50
Estatísticas
- Distância: 54,37Km - Tempo: 4h31min49” - Média: 11,9Km/h
Condições da estrada
- Boas, com um asfalto bem liso.

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