sexta-feira, 18 de março de 2011

117° Dia – Chincha Alta – San Vicente de Cañete – 13/03/2010 – Domingo

Imensidão amarelada!
     Acordamos mais tarde do que queríamos e ficamos na dúvida de meter o pedal na estrada ou ficar mais um dia e pegar um ônibus para ter a garantia de não perder o jogo do Grêmio. Como o dia estava bom e o destino era perto, decidimos arriscar e pedalar até San Vicente de Cañete.
     A saída da cidade foi um caos, cheio de moto taxi, caminhões e ônibus, todos buzinando muito (como sempre)! O acostamento, quando existia, estava cheio de areia e todo esburacado. Mesmo com todas estas dificuldades, nos sentíamos bem devido aos inúmeros apoios e incentivos que recebemos logo no início da pedalada.
     Por acaso, ontem achei na internet o site (http://bicicletapelomundo.com.br/) de um cicloturista que fez uma viagem parecida com a nossa e tinha disponível um link para uma parte do livro que ele escreveu (por acaso era a parte peruana da viagem). Li todos os relatos e ele também colocava que, receber incentivos de pessoas que você não conhece (pessoas simples e de outra cultura) te faz refletir, pois mesmo naquelas condições (muitas vezes precárias) estão com um sorriso empolgante no rosto e batendo palmas para um desconhecido que passa de bicicleta. Sentimos uma sensação diferenciada, algo muito diferente, algo que nos motiva a continuarmos e pensarmos em coisas maiores do que o nosso próprio umbigo.
Finalmente avistamos algum verde no meio do deserto!
     Continuando... Hoje o dia foi de muito deserto! Assim que saímos da civilização, a areia dominava a paisagem. Inicialmente, tínhamos gigantescas dunas a nossa direita e uma extensa faixa de areia e o oceano Pacífico a nossa esquerda. Depois de alguns quilômetros, começamos a subir estas dunas. A partir deste momento, foi um sobe e desce que não parou mais. Em algumas ocasiões a estrada se fundia com o horizonte devido aos cumes das montanhas e à “evaporação” provocada pelo intenso calor. Outro detalhe que consumiu nossas energias foi a constante presença de um moderado vento contra que insistia em nos segurar nas subidas e testar nossa paciência nas descidas.
     Quando estávamos em cima de um cume destes, avistamos um extenso vale e vimos que seria onde passaríamos a noite. Ao entrar naquele verde intenso, cruzamos por um volumoso rio que da vida a toda essa região. Instantes após já estávamos nos aproximando da Plaza de Armas. Paramos e começamos a procurar onde passar anoite. Acabamos encontrando uma hospedaje bem acolhedora e com um preço bem acessível, pena que o banho era gelado.
Castelo ao fundo
    Após nos banharmos, saímos para almoçarmos/jantarmos, pois a fome estava grande. Comemos num restaurantezinho na Plaza de Armas que servia um menu bem gostoso (inseri, definitivamente, o abacate no meu cardápio de pratos salgados!). Em seguida passamos numa padaria e compramos nosso café da manhã.
    Voltamos à hospedaje e estou escrevendo este relato enquanto vemos American Idol. Daqui a pouco iremos nos preparar para dormir, mas sem muita preocupação, pois amanhã serão apenas 60Km.
Gastos:
- Hospedaje: R$20,00 - Janta: R$21,40 - Mercado: R$7,90
Estatísticas:
- Distância: 55,04Km - Tempo: 4h03min48” - Média: 13,54Km/h
Condições da estrada:
- Nos primeiros 10Km foram muito ruins, com bastante buracos e muito estreito. Em seguida, veio um largo acostamento com um asfalto extremamente liso, se tornando um dos melhores trechos do Peru.

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