quarta-feira, 30 de março de 2011

129°Dia – Callao – Passamayo – 25/03/2010 – Sexta-feira

Viemos lá da praia!
     Acordamos sem dor alguma e decidimos continuar as pedaladas. Quando estávamos equipando as bikes com os alforges, percebemos que o bagageiro traseiro da minha bicicleta estava quebrado. Não havíamos notado antes e ficamos na dúvida de quando quebrou. Como tínhamos que dar um jeito para podermos seguir viagem, passamos uma fita (por sorte era uma parte vertical que facilmente pudemos unir) e seguimos preparando tudo.
     Saindo de Callao ainda pegamos uns 25Km de tumulto urbano. Neste trajeto, o fluxo de veículos era intenso e o acostamento (quando existia) tinha um asfalto muito ruim ou então era areia pura. Por alguns instantes pedalamos por uma via paralela à estrada para podermos ter um pouco menos de estresse. Passamos por algumas oficinas que tinha solda, mas nenhuma soldava alumínio. Chegamos a parar para perguntar, mas indicaram um beco meio suspeito, sendo assim preferimos continuar pedalando com a nossa gambiarra mesmo.
Areia e mais areia
     Após esta parte urbana, finalmente chegamos ao deserto novamente. O acostamento melhorou muito, se tornando numa faixa larga de asfalto muito bem conservado. O sol estava radiante e o calor era intenso. Vimos uma grande duna no horizonte e uma bifurcação na estrada que apontava “Variante” para um lado e “Serpentin” para outro. Ficamos na dúvida para onde continuava a estrada e acabamos seguindo para o lado do “Variante” (mais tarde nos arrependeríamos). Cada vez mais nos aproximávamos da imensa duna e começamos a perceber que a estrada subia por ela.
     Assim que começamos a subir, não paramos mais. Foram, aproximadamente, 40min de uma forte e constante subida. Acreditamos que por estar um tempo considerável sem pedalar, sofremos ainda mais. Chegando no topo, paramos para recuperar o fôlego, tomar uma água e apreciar a bela paisagem. Podíamos ver um pequeno vilarejo que havíamos passado,o Pacífico até perder de vista no horizonte e a imensidão do deserto até as montanhas. Depois de alguns momentos de descanso, seguimos viagem, pois ainda tinha muito pela frente.
Acima das nuvens
     Nesta região, a tormenta precede a calmaria. Assim que voltamos a pedalar, pegamos uns quilômetros de predominância de descida pela frente. Depois desses instantes de “descanso”, começou mais uma subida. Estávamos tão alto que podíamos ver de cima a gigantesca neblina que vem do Pacífico e invade o continente. Parecia que pedalávamos nas nuvens.
     Descendo o morro, começamos a ver um vale e, como já estava caindo o sol, decidimos que era ali mesmo que passaríamos a noite. Fomos nos aproximando e vimos uma placa que indicava Huaral (primeira placa do dia que citava o nome da cidade que era o nosso objetivo do dia). Como teríamos que entrar uns 10Km para chegar à cidade, optamos por continuar na estrada. Sabíamos que mais afrente teria a cidade de Chancay e que, na pior hipótese, iríamos até lá. Por sorte, a informação que obtivemos de um motorista estava correta e, após andar uns 3Km, encontramos um hostel num posto de gasolina.
Por-do-sol no Pacífico
     Instalamo-nos, tomamos banho e já saímos para jantar. Na ida para o restaurante, ainda passamos numa fruteira para pegarmos algo para o nosso desayuno. Escolhemos um no meio de tantos restaurantes e degustamos novos pratos da culinária peruana. Pedi um seco de cordero com yuca e camote (carne de cabrito com um molho bem diferente, aipim cozido e um tipo de batata que tem cor de cenoura e textura e gosto de abóbora) e a Cris pegou um bonito frito com frejoles (bonito é um tipo de peixe e frejoles são feijões brancos). A comida estava deliciosa e saciou a nossa fome e mente. Durante a janta, perguntamos para a garçonete o que era “Variante” e “Serpentin”. Ela nos disse que a Panamericana se dividia em duas, sendo uma por cima das dunas e outra, mais curta, pela orla! Na próxima vez, pegaremos a serpentin!
     Voltamos para o hostel, deixamos tudo já meio arrumado para amanhã e fomos deitar.
Gastos:
- Hostel: R$13,40- Frutas: R$1,67 - Janta: R$18,00
Estatísticas:
- Distância: 63,29Km- Tempo: 4h43min46” - Média: 13,38Km/h
Condições da estrada:
- Início muito ruim, com trechos sem acostamentos ou com asfalto em péssimas condições. Assim que acabou a zona urbana, o acostamento ficou muito bom, largo e com um asfalto bem liso.

3 comentários:

  1. Óbvio que era "Serpentin"!!!! hehehehe
    Tá escovando os dentes agora, Cris?
    Beijos do Boni!

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  2. Putz... Como, vcs nao sabiam!!! Hehehe
    Olha so o restaurante em homenagem a Cris (Titi) ...
    Bjao meus amores

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