204° Dia – Alóag – El Triangulo – 08/06/2011 – Quarta-feira

     Hoje acordamos às 9h e começamos a nos preparar para a ida até as águas termais de El Tingo. Assim que descemos as bagagens para montar as bikes, percebemos que o sol estava forte e, apesar da altitude, fazia muito calor. Desta maneira, guardamos os casacos e pegamos os bonés. É interessante notar que a temperatura é influenciada por uma séria de fatores, anteriormente, pensávamos que em altitude faria sempre frio. Esta viagem está sendo a maior aula de geografia das nossas vidas!

     Depois que preparamos tudo, saímos do hotel e pegamos a estrada em direção à Quito. Desde o início, fomos contemplados com uma agradável descida, descíamos continuamente por um caminho pouco íngreme. Na saída do povoado, paramos em um posto de gasolina para reabastecermos o nosso fogareiro (agora poderemos cozinhar). Compramos meio litro de gasolina por R$0,36! Isso mesmo, R$0,36! E pensar que no Brasil (país que produz enorme quantidade de petróleo) pagaríamos cerca de R$1,40. Aproveitamos a parada para perguntar sobre o caminho até El Tingo e ficamos sabendo que o início do caminho era o mesmo que para a capital. Seguimos descendo por mais 5Km, onde começaram alguns pequenos aclives, mas nada comparado aos nossos dias anteriores.

Naranjilla

     Na entrada para Quito, paramos para perguntar sobre qual estrada deveríamos pegar para chegarmos nas termas. Para nossa sorte, a estrada para El Tingo era um declive contínuo, diferente da rota para Quito, que possui uma grande montanha no trajeto. Seguimos soltando os freios até chegarmos em Sangolquí e, como havíamos visto em nossas pesquisas que esta era a maior cidade da região, paramos para almoçar em uma pizzaria da estrada - La Zona. Comemos duas lasanhas deliciosas com salada e torradinhas.

     Satisfeitos com o almoço, decidimos seguir viagem. O sobe e desce com predominância de descidas continuou até chegarmos em El Triângulo, uma cidade bem bonitinha e bem estruturada. Paramos para perguntar a localização das termas e ficamos sabendo que faltava apenas 2Km. Pedalamos até as termas e nos informamos sobre os seus preços e horários. Para o nosso azar, as termas funcionavam só até as 14h e já era 13h45min. Sendo assim, saímos para procurar “hosterias” para nos instalarmos. Como não vimos nenhum hostal bom nas proximidades das termas, preferimos voltar até El Triângulo onde teríamos acesso mais fácil à restaurantes, internet e supermercados.

Taxo

     Subimos até a cidade e seguimos procurando hostais. Passamos em dois locais e nos decidimos por ficar em um bem no centro que era barato e limpinho. Tentamos pagar a hospedagem com a nota de U$100, mas mais uma vez as pessoas ficaram nos olhando como se fossemos contrabandistas e disseram que não poderiam aceitar a nota. Desta maneira, dissemos que tentaríamos trocar no banco e depois pagaríamos.

     Ao nos instalarmos no quarto, tomamos banho, lavamos as roupas e saímos para irmos no banco. Ao chegarmos no caixa, o atendente nos disse que não poderia cambiar a nossa nota (só aceitavam depósitos), que só conseguiríamos fazer isso no Banco Central de Quito. Moral da história: turista com notas de U$100 = indigente!

Babaco

     Saímos do banco indignados e nos dirigimos para o único lugar onde é certo que aceitariam cartão de crédito: o shopping. Caminhamos cerca de 20min até o Shopping San Luis, o calor estava intenso e fazia com que lembrássemos que deveríamos ter passado protetor solar. Ao chegarmos no shopping, passeamos pelas lojas e tentamos usar o computador em uma zona de wi-fi, mas sem sucesso. Depois disso, entramos em uma loja de materiais esportivos onde o Moacir comprou mais um óculos de mergulho (finalmente conseguimos trocar a nota de U$100). Passamos por todas as vitrines e entramos no supermercado para comprarmos pão e frutas. O Moacir ficou maravilhado com tanta variedade e comprou sete tipos de frutas: maracujá, kiwi, naranjilla, tomate de árbol, taxo, babaco e ameixa.

     Ao sairmos do shopping, vimos um ônibus que passaria no hostal. Entramos no ônibus sem perguntar o preço, quando fomos pagar, uma surpresa, a passagem era R$0,72, para os dois. Descemos na parada e, antes de voltar ao hostal, fomos jantar na mesma rede de pizzarias onde almoçamos, só que desta vez provaríamos as pizzas (adoro como a atividade física permite que eu me esbalde nos carboidratos!).

Tomate de arbol

     Depois da janta, voltamos para o quarto e ficamos assistindo televisão. Aqui eles possuem um canal estatal que tem vários programas culturais, bem interessante apesar de ser um pouco “lavagem cerebral”. Agora estou escrevendo este relato enquanto o Moacir prova as frutas que comprou. Depois disso vamos descansar, pois o dia de hoje foi longo.

Obs. (opinião do Moacir sobre as frutas): As frutas tem sabor e aroma bem diferentes das que conhecemos. O babaco parece uma carambola gigantesca, mas com um sabor bem suave e uma consistência similar ao mamão. A naranjilla parece um mini caqui por fora e um kiwi por dentro, tem um aroma que parece uma mistura de araça e kiwi e possui um sabor bem forte e um pouco azedo. O tomate de árbol parece um maracujá avermelhado por fora e lembra um pouco uma goiaba por dentro e seu sabor é meio adocicado. O taxo tem a aparência similar a um pepino (porém de cor amarela), seu interior é igual a um maracujá e tem um sabor doce bem parecido com maracujá. Algo em comum em todas as frutas é que são bem ácidas, principalmente a naranjilla.

Obs. (opinião da Cris sobre as frutas): Todas são azedas!

Gastos:

- Hostal: R$18,00 - Almoço: R$10,80 - Gasolina R$0,36 - Ônibus: R$0,72 - Supermercado: R$18,51 - Óculos de natação: R$20,88 - Janta: R$5,04

Estatísticas

- Distância: 39,26Km - Tempo: 2h09min40” - Média: 18,16Km/h

Condições da estrada

- Excelentes, com um largo acostamento e um asfalto em ótimas condições.