quarta-feira, 22 de junho de 2011

212° Dia – Guayllabamba – Cayambe – 16/06/2011 – Quinta-feira

      Hoje nos demos ao luxo de acordar tarde, pois o trajeto previsto era de apenas 30Km e estávamos exaustos do dia anterior. Assim que tomamos nosso café da manhã, começamos os preparativos para a nossa partida. O dia estava nublado e prometia uma agradável tarde de pedalada.
      Subimos nas bikes um pouco antes do meio-dia e partimos rumo a Cayambe. O trajeto iniciou com uma pequena descida e depois oscilou entre altos e baixos. Pedalávamos com muito esforço e, em alguns momentos, o Moacir tinha que me puxar porque eu não aguentava o peso da bicicleta. Paramos inúmeras vezes para conseguirmos respirar. É incrível como a altitude influencia no nosso rendimento.
      Após 20Km pedalando nessas difíceis circunstâncias, paramos para perguntar quantos quilômetros faltavam para chegarmos a Cayambe. Um simpático agricultor nos responde que teríamos mais uma hora e meia de muita subida pela frente. Esta informação acabou com a minha motivação, tive vontade de começar a chorar e chamar a mãe. Como isso seria inviável e não me levaria a lugar nenhum, baixei a cabeça e segui pedalando. O Moacir sentiu a tensão no ar e se ofereceu, várias vezes, para me puxar.
      Pedalamos por uns 5Km até que entramos em uma região incrivelmente linda. Era o alto de uma montanha, cheia de eucaliptos, de onde conseguíamos ver um cânion verde muito extenso e de rara beleza. Paramos um pouco para comer e observar aquela maravilha de lugar. Ao voltarmos para a estrada, as baterias já estavam recarregadas e pudemos desfrutar o “passeio”.
     Subimos e descemos mais alguns morros até encontrarmos o marco 0°. Mais uma vez iríamos atravessar a Linha do Equador, mas, desta vez, para ficarmos no hemisfério norte. Paramos no monumento que marca o paralelo 0° e tiramos algumas fotos. Um rapaz que estava ali por perto veio falar conosco e nos disse que faltavam apenas 6Km para chegarmos ao nosso destino. Entretanto, teríamos que atravessar uma íngreme montanha. Visto que já estávamos acostumados a encarar as presepadas que os Andes nos oferece, nos resignamos e seguimos.
     Felizmente, o trajeto íngreme não era muito difícil e, em meia hora, já chegávamos em Cayambe. Como não sabíamos o tamanho da cidade, começamos a procurar por hostels desde a sua entrada. Acabamos ficando em um próximo ao centro que, apesar de não ser o melhor, tinha wifi. Assim que nos instalamos, arrumamo-nos e saímos para comer. Comemos a nossa “merienda” (aqui eles chamam assim a janta) em um restaurante de comida caseira e, em seguida, fomos dar uma caminhada pelo centro.
      Passamos por uma feira onde vendiam muita batata e banana (aqui eles chamam a banana conforme o seu estado, ou seja, de “maduro” ou “verde”), além de carnes, verduras e comida típica. Achamos interessante ver como os locais comem nos restaurantes improvisados no meio da feira, sem se importar com a ausência de mínimas condições de higiene. Saímos da feira e fomos ao supermercado comprar alimentos para o nosso café da manhã. Assim que saímos do super, voltamos para o hostal, pois o frio estava intenso e precisávamos descansar. Agora o Moacir está assistindo televisão enquanto escrevo este relato. Em seguida, faremos uma ceia e nos prepararemos para dormir.
Gastos
- Hotel: R$21,60 - Supermercado: R$16,91 - Almoço: R$12,15
Estatísticas
- Distância: 40,29Km - Tempo: 3h41min45” - Média: 10,8Km/h
Condições da estrada
- Boas apesar de ter alguns trechos em reforma.

Um comentário:

  1. força Cris, não deixa a peteca cair, vai firme e forte pois o fim está próximo e tu vais sentir saudades.Beijos, amo vcs. Fiquem com Deus!!!

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