quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

449° Dia–Arraial D’Ajuda – Trancoso – 08/02/2012 – Quarta-feira




Acordamos no horário combinado, mesmo estando os dois demolidos por termos dormido tão pouco e mal. A Cris ainda teve uma forte dor de ouvido devido à onda de ontem e mal conseguiu colocar a cabeça no travesseiro. Mesmo assim, tomamos o nosso café e começamos a arrumar tudo para partirmos. Lá pelas 8h estávamos com tudo pronto, agradecemos muito pelo apoio do Hostel Arraial D’Ajuda e partirmos. Antes de pegarmos a “estrada”, ainda fizemos um pit-stop numa farmácia para comprar um remedinho para a Cris. Com tudo certo, partimos para a beira da praia.
Assim que chegamos na areia, vimos que a nossa vida seria bem difícil se a areia não fosse bem socada, pois levamos um suador para atravessar a faixa de areia até chegar próximo do mar. Percebemos que a maré estava extremamente baixa e tentamos pedalar na areia mais dura. Mesmo com os pneus finos e com o peso todo a areia aguentou e conseguimos manter um ritmo bom.
O início foi só alegria, com um visual maravilhoso e uma brisa refrescante. Ao chegarmos em Pitinga começamos a avistar as falésias de Trancoso e tudo ficou ainda mais belo. Pedalávamos sem preocupação alguma! Coisa boa não ter que ficar atucanado com trânsito e buracos no asfalto. É a primeira vez que fazemos um trecho destes na viagem.
Ao nos aproximarmos das falésias, ficamos encantados com o paredão tão próximo ao mar. Mas, aí, começaram alguns obstáculos. Esta proximidade do paredão com o mar ocasionou uma pilha de pedras que inviabilizava a nossa passagem pedalando. Sendo assim, descemos das bikes e fomos analisar a situação. Vimos que poderíamos passar pelas pedras pequenas mais próximas ao mar tranquilamente carregando as bikes. O detalhe é que a bike da Cris pesa uns 40Kg e a minha uns 55Kg. A Cris queria desmontar as bikes (principalmente a minha), mas insisti que conseguiria carrega-las até o outro lado do desmoronamento. Ficamos uns 30min nesta função, mas conseguimos levar as duas para o outro lado. É bem verdade que eu estava com os braços completamente fadigados, sem força para levantar uma pena!
Após um breve descanso, continuamos a nossa pedalada. Foram mais uns 2Km de pedalada e chegamos ao próximo obstáculo do dia: um riozinho. O curso d’água não era tão inho assim e tinha uma certa correnteza. Foi mais uma travessia em que levamos um suador para fazer, mesmo com a água no joelho. Ao chegarmos do outro lado, vimos que as bikes já estavam imundas e a gente com as sapatilhas parecendo um cômoro de tanta areia. Com tais condições, fui tomar um banho de mar para refrescar o corpo e tirar um pouco da areia.
Após conversarmos com um casal de argentinos que veio falar conosco, continuamos a nossa pedalada. Foram mais uns 4Km até vermos umas barraquinhas e suspeitarmos que era Trancoso. Perguntamos para um dos garçons e ele disse que ainda não, faltava uns 500m e, o pior, que tinha mais um riozinho para atravessar.
Continuamos o nosso caminho um pouco cabisbaixos, pois sabíamos que teria mais uma sessão de trabalho árduo. Ao avistarmos o rio, vimos que era o maior do dia. Em seguida, a areia já começou a ficar mega fofa e não conseguíamos mais pedalar. Empurramos as bikes por uns 100m até chegarmos  na beira da água. Atravessei a bike da Cris e retornei para levarmos a minha juntos. Como agora já tínhamos uma certa experiência, esta fois a vez mais fácil, apesar de ser a mais longa. Pegamos a minha bike “no colo” e atravessamos o último rio do dia. Assim que chegamos do outro lado veio uma alegria. Estávamos muito felizes por termos chegado, pois conseguimos chegar cedo (apesar de bem cansados) e por termos acertado na escolha do caminho.
Pegamos uma passarela no meio do mangue e fomos para a cidade de Trancoso. Não sabíamos o que esperar do vilarejo. A única coisa que sabíamos era que tinham algumas pousadas e tínhamos visto o anúncio de uma pousada – camping na internet. Desta forma, começamos a busca pelo tal Camping Cuba. Passamos somente por caminhos pequenos e não muito desenvolvidos até encontrarmos o tal camping. Falamos com o dono e, mesmo não gostando muito, acabamos ficando, pois pensávamos que não encontraríamos nada melhor devido à cidade ser pequena.
Instalamo-nos, montamos a nossa barraca e fomos lavar as bikes que estavam imundas. Após o faxinão, nos arrumamos e partimos para a praia. Ficamos um bom tempo curtindo o mar e relaxando da pedalada diferente de hoje (ficamos com as pernas tranquilas e os braços demolidos). Um pouco revigorados, saímos da praia e fomos conhecer o “Quadrado” (principal ponto turístico de Trancoso). Ao chegarmos no local, vimos que se tratava de uma igreja ao fundo com casas antigas nas laterais e uma praça no meio, formando um quadrado. O local não nos pareceu nada de mais, sendo a única coisa mais bela o visual do mirante nos fundos da igreja.
Como o calor era intenso, fizemos uma paradinha na praça para degustarmos um sorvetinho local. Após nos refrescarmos, fomos explorar um pouco mais a cidade. A cada quadra que caminhávamos, percebíamos que a cidade era completamente diferente do que imaginávamos. Concluímos que estamos num local menos desenvolvido cercado por cidade grande. Vimos restaurantes, supermercados e até outro camping (se remorso matasse). Aproveitamos e passamos no supermercado para comprarmos algumas coisinhas que estavam faltando.
De volta ao camping, guardamos tudo e saímos para comermos num restaurante buffet livre, pois a fome era grande. Empanturramo-nos com tanta comida! Saímos mal do restaurante e fomos relaxar no camping. Ficamos decidindo o nosso futuro, pois de Trancoso em diante só há chão batido, pois descartamos a possibilidade de ir 40Km pela beira depois de hoje.
Depois de colocar na balança todos os aspectos, optamos por termos uma fase mais roots do projeto e pegarmos este chão batido pela frente. A outra opção seria ir para a BR-101 e ir direto para o Espírito Santo, mas com todos com quem conversamos nos dizem que a BR-101 está péssima, sem acostamento, cheia de caminhões e extremamente perigosa. Sendo assim, preferimos sofrer no chão batido a corrermos tanto risco numa estrada. Com tudo decido, fomos nos deitar na nossa “casinha” (ainda bem que trocamos de barraca e pegamos um colchão inflável – VALEU JOÃO e CAMILA!).

Gastos
- Camping: R$40,00- Compras: R$5,25- Janta: R$26,40    - Sorvete: R$3,00   - Farmácia: R$6,00
Estatísticas
- Distância: 13,3Km- Tempo: 1h10min48”   - Média: 11,2Km/h
Condições da estrada
- Uma vista maravilhosa, mas meio cansativa para o cicloturismo devido aos obstáculos.

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